Vamos lá a ver se eu me lembro como se escreve nisto... Enfim, o tempo não tem dado para grande coisa, e toda a gente conhece os meus padrões elevados, não me vou por a escrever por escrever. É preciso o feeling.
Encontro-me neste momento numa formação, mas como tenho a mania que sou bom e já sei tudo, vim aqui dar umas blogadas.
Então, um dia destes, à já para aí uma semana, eis-me que sou convidado para uma festa académica (coisa que já não via desde os meus tempos de caloiro). É certo que sempre houve jantares de curso, mas a verdade é que desde o 2º ano que a malta cagava no resto do curso e ia jantar a outro lado, mais fino e educado. Cá misturas é que não!
Em todo o caso, resolvi aceder ao convite, veio de uma amiga de longa data, que de vez em quando lá lhe dá para me querer aturar. A noite começou bem. Ela tinha combinado com as suas amigas universitárias alcoolizadas um ponto de encontro de fácil acesso, onde deveriamos ter ido ter. Infelizmente, sendo, a minha amiga de Grândola, a sua amiga da Moita, e o ponto de encontro em Setúbal, nenhuma delas fazia assim grande ideia de como lá ir ter, mas o pior é que pensavam que sabiam. Então, lá seguimos cegamente as indicações da gaja da moita durante um bom bocado, correndo basicamente tudo o que era rua. Ela só tinha uma certeza: Era entre a Av. Todi e a praia de Albarquel (2-3 km). Um fininho.
Desistimos passado um pouco, afinal somos 2 pessoas com cursos superiores, e só fazemos certas figuras até determinado ponto. Fomos então ter com um amigo meu (este sim, de confiança) a um sítio conhecido.
À chegada, uma agradável surpresa: Outro amigo meu, no meio de um encontro caliente. Ele é assim como eu, um gajo sério, pouco dado a grandes palcos, apreciador da sua privacidade. Notou-se que ficou encaralhado. Mas isso tudo passou quando reparou na minha amiga (sendo eu um gajo comprometido, era limpinho que eu é que me deveria encaralhar), e automaticamente aquele sorriso típico do "já foste apanhado, cabrão" surgiu-lhe no rosto. No entanto, um olhar mais atento revelou exactamente o mesmo sorriso da minha parte, e logo concluiu que a minha saída tinha sido aprovada pela minha mais-que-tudo, e que só havia um encaralhado entre nós (sim, gosto deste termo, e adequa-se na perfeição). Mais ainda, quando surgiu o meu outro amigo, que havia combinado sair connosco, todas as esperanças de me ter apanhado dissiparam-se por completo.
O mesmo sorriso acompanhou-me até sair do bar.
Após mais um conjunto de indicações por parte da perdida-da-moita, aventuramo-nos novamente em busca do dito local da festa. Desta vez a coisa correu melhor. Mesmo ao longe já se via uma pequena multidão a juntar-se em frente a um pequeno spot, como que a marcar o sítio com um "X". Let The Party Begin!
Foda-se. 5 minutos lá e já me sentia um velho. Miudinhas e pirralhos acabadinhos de sair da primária, a emborcar imperial que nem gente crescida (Imperial a 50 cent. para eles, 1,50 € para mim, que não sou puto e portanto mereço ser assaltado), cada um capaz de fazer de irmão(ã) mais novo(a) de qualquer puto dos morangos. Maçaricos, dos pés à ponta das cristas. Não sabia que as creches também tinham festas académicas. Adiante.
Para todo o Mal existe o Bem, para todo o Yang existe o Yin, para cada 6 benfiquistas existe um lagarto, o universo encontra forma de se equilibrar. Então, surge o corpo veterano. Uma entrada magnífica. De porte imponente. Ninguém diria que já eram veteranos quando eu entrei para a universidade, e que 7 anos depois ainda estão no 3º ano. Mas ao menos, eram homens e mulheres! E toda a gente desistiu do olhar "morte-ao-adulto" em direcção à minha pessoa. Agora, eu era um deles.
Ao menos a música ainda era do meu tempo, igual à que se ouvia quando eu saia em puto. É sempre bom ver (ouvir, neste caso) valores que não se perdem.
Estava a coisa a correr bem, quando aquelas duas palavras demoníacas surgem da boca do alegado DJ: "KARA OKEEEE!". O choque seria maior, não fosse eu já ter sido avisado que tal catástrofe poderia acontecer.
Ora, foi por esta altura que se deu a desilusão da noite. A minha amiga (sóbria, é certo, o que não ajuda), recusou-se a acompanhar as suas colegas de turma numa interpretação histórica de "Ao limite eu vou" das Não-Me-Lembro. Uma verdadeira facada nas costas. Não se nega um gozo destes a ninguém.
E foi após este momento vergonhoso que tudo acabou.
A não esquecer.
Wednesday, October 25, 2006
Tuesday, September 12, 2006
11/9
"CAPE TOWN, South Africa - More than a third of a million South Africans have died of
AIDS over the past year, the head of the country's Medical Research Council said Tuesday."
E eu vou chorar por 3000 americanos?
AIDS over the past year, the head of the country's Medical Research Council said Tuesday."
E eu vou chorar por 3000 americanos?
Monday, September 11, 2006
Ser tuga é...
...assistir a um concerto, ver a banda a sair e a aguardar atrás do palco que o público grite o SEU nome para o encore, mas só ouvir "POR-TU-GAL!!! POR-TU-GAL!!!" ahah
Wednesday, August 23, 2006
Eu vi um BLOCKBUSTER
A partir de agora, e por motivos de organização de ideias, as críticas aos filmes que vejo deixarão de ser publicadas neste blog de mau gosto. Assim criei um novo blog, sem caralhada, sem insultos infundados e completamente fícticios, e basicamente, sem muita piada (embora um gajo tente sempre meter qualquer coisa lá no meio, para não aborrecer).
Pressinto que o originalmente chamado "Cinema, por quem não sabe de." será um blog com futuro. Até porque, este que é aquilo que se sabe, já dura há quase 3 anos, e ainda ninguém teve o bom censo de enviar um cyborg do futuro para tentar acabar com ele (brutal piada cinematográfica).
Resta-me desejar-vos bons filmes, e dizer, para os menos perspicazes, que o url para este novo blog, está no link acima. De qualquer forma... aqui.
Pressinto que o originalmente chamado "Cinema, por quem não sabe de." será um blog com futuro. Até porque, este que é aquilo que se sabe, já dura há quase 3 anos, e ainda ninguém teve o bom censo de enviar um cyborg do futuro para tentar acabar com ele (brutal piada cinematográfica).
Resta-me desejar-vos bons filmes, e dizer, para os menos perspicazes, que o url para este novo blog, está no link acima. De qualquer forma... aqui.
Friday, July 28, 2006
in Diário da República
"Lei nº 32/2006-Iª
AR
DR nº 143, de 26 de Julho
Procriação medicamente assistida."
Acho fofa a atenção, mas sinceramente há coisas em que não gosto de ser assistido.
Obrigado.
AR
DR nº 143, de 26 de Julho
Procriação medicamente assistida."
Acho fofa a atenção, mas sinceramente há coisas em que não gosto de ser assistido.
Obrigado.
Monday, July 10, 2006
Menos AIIIIIIIIS
Hoje, os portugueses apercebem-se que, apesar de terem entrado no cordão humano, pagam mais 2 cêntimos por cada litro de gasolina que consomem, desde o ínicio do campeonato do mundo. Daí o "cooooooooorre mais!" (anda menos de carro e mais a pé, à corrida para não te atrasares) e o "quero muuuuuuito mais!" (do teu guito, pobre imbecil).
Wednesday, June 28, 2006
Curriculum Vitae - HowTo
Após ler uma frase interessante de um sujeito que não conheço de lado nenhum e não merece ser referido (quando se dá uma para a caixa ao mesmo tempo que as restantes centenas vão parar ao lixo, não se é merecedor de reconhecimento por ninguém), pensei que deveria partilhar mais uma vez consigo, caro leitor, um pouco da minha experiência como licenciado, uma vez que os restantes continuam a tentar atirar-lhe areia para os olhos, isto se, for gestor numa empresa.
Assim, vou explicar como é feito o famoso CV, aquele documento que pode ou não decidir todo o nosso futuro, a não ser que sejam um gaja e jeitosa, aí pode bastar um trabalhinho oral à pessoa certa, e da vossa disponibilidade para trabalhar com um porco tarado, que aceita um broche duma candidata na entrevista.
Existem muitas abordagens, técnicas, tácticas, toques pessoais, etc. para fazer um CV. E cada um tem as suas. No entanto, há algumas regras básicas que convém seguir, e é especialmente dessas que gostaria de falar.
1ª - Manter sempre 3 ou 4 CV's parcialmente distintos, completamente diferentes ou mesmo contraditórios, prontos a entregar. Cada emprego é um caso, e o CV deve ser sempre bem adequado ao tipo de emprego ao qual nos estamos a candidatar. Exemplo: Eu (ou não) lembro-me de uma vez ter realizado um trabalho de 3 folhas sobre os melhores lutadores do street fighter. Como pescador, isto não me dá grande vantagem em relação aos restantes candidatos à vaga no barco. No entanto, se fosse crítico de jogos, aí já incluiria, de forma detalhada o suficiente para ocupar meia folha A4, os motivos que me levaram a escrever o trabalho, o jogo, os lutadores e o número de horas que precisei para realizar tal análise, de forma tão concisa. E ocultava aquela vez que fui com uns amigos à pesca uma tarde e apanhei peixe (convenientemente não me lembro da quantidade exacta), o que me torna praticamente um profissional no ramo.
2ª - Antes de uma entrega, melhorar SEMPRE o CV. Como é óbvio, nunca se entrega o mesmo CV duas vezes. É SEMPRE possível melhorar o CV, e o como, depende do dia da semana e disposição no momento. Mesmo que, entre duas entregas de dois CV, não se faça mais nada que não seja coçar os tomates. Mesmo que se inclua no segundo: "Últimos 3 meses: Pausa para profunda introspecção".
3ª - Não incluir fotografia. No meu caso, é mais uma regra pela qual viver.
4ª - Não entregar um CV curto. Mesmo que não tenham feito nada, um CV curto é um CV chumbado. Mesmo que não tenham experiência profissional absolutamente nenhuma, relembrem aqueles biscates que fizeram quando eram novos (eu em pequeno, por exemplo, ajudava a minha avó na horta, se alguma vez tivesse ido para agricultura, já estava lançado). E mesmo não querendo ser agricultor, não é vergonha nenhuma saberem que sei o que é trabalhar, desde pequenino, ainda para mais, a carregar baldes de água (mais uma vez, não me lembro da quantidade exacta). Apesar disto, cuidado ao incluirem "simulações de medicina com a vizinha do lado" no CV, porque pode não ser bem entendido.
5ª - Finalmente, não menos importante, incluir aspectos positivos da vossa personalidade, passatempos, gostos, interesses, desde que, sejam aqueles que os psicólogos mais gostam, e que contribuem para vos traçarem um bonito perfil psicológico. Alguns exemplos: Desporto intelectual e físico, ler livros muito grandes e sem imagens, ir ao cinema ver filmes alternativos, reciclar, conduzir um híbrido, ser voluntário no hospital, gostar de desafios, lidar bem com situações extremas, ouvir chopin ou bach, escrever um blog (não como este) ou ir à igreja (hoje em dia, esta pode sair furada, ninguém gosta de um fanático religioso). Basicamente, tudo o que não vos identifique como alguém capaz de chegar um dia armado ao trabalho e disparar contra os colegas.
Mais um post educativo.
Assim, vou explicar como é feito o famoso CV, aquele documento que pode ou não decidir todo o nosso futuro, a não ser que sejam um gaja e jeitosa, aí pode bastar um trabalhinho oral à pessoa certa, e da vossa disponibilidade para trabalhar com um porco tarado, que aceita um broche duma candidata na entrevista.
Existem muitas abordagens, técnicas, tácticas, toques pessoais, etc. para fazer um CV. E cada um tem as suas. No entanto, há algumas regras básicas que convém seguir, e é especialmente dessas que gostaria de falar.
1ª - Manter sempre 3 ou 4 CV's parcialmente distintos, completamente diferentes ou mesmo contraditórios, prontos a entregar. Cada emprego é um caso, e o CV deve ser sempre bem adequado ao tipo de emprego ao qual nos estamos a candidatar. Exemplo: Eu (ou não) lembro-me de uma vez ter realizado um trabalho de 3 folhas sobre os melhores lutadores do street fighter. Como pescador, isto não me dá grande vantagem em relação aos restantes candidatos à vaga no barco. No entanto, se fosse crítico de jogos, aí já incluiria, de forma detalhada o suficiente para ocupar meia folha A4, os motivos que me levaram a escrever o trabalho, o jogo, os lutadores e o número de horas que precisei para realizar tal análise, de forma tão concisa. E ocultava aquela vez que fui com uns amigos à pesca uma tarde e apanhei peixe (convenientemente não me lembro da quantidade exacta), o que me torna praticamente um profissional no ramo.
2ª - Antes de uma entrega, melhorar SEMPRE o CV. Como é óbvio, nunca se entrega o mesmo CV duas vezes. É SEMPRE possível melhorar o CV, e o como, depende do dia da semana e disposição no momento. Mesmo que, entre duas entregas de dois CV, não se faça mais nada que não seja coçar os tomates. Mesmo que se inclua no segundo: "Últimos 3 meses: Pausa para profunda introspecção".
3ª - Não incluir fotografia. No meu caso, é mais uma regra pela qual viver.
4ª - Não entregar um CV curto. Mesmo que não tenham feito nada, um CV curto é um CV chumbado. Mesmo que não tenham experiência profissional absolutamente nenhuma, relembrem aqueles biscates que fizeram quando eram novos (eu em pequeno, por exemplo, ajudava a minha avó na horta, se alguma vez tivesse ido para agricultura, já estava lançado). E mesmo não querendo ser agricultor, não é vergonha nenhuma saberem que sei o que é trabalhar, desde pequenino, ainda para mais, a carregar baldes de água (mais uma vez, não me lembro da quantidade exacta). Apesar disto, cuidado ao incluirem "simulações de medicina com a vizinha do lado" no CV, porque pode não ser bem entendido.
5ª - Finalmente, não menos importante, incluir aspectos positivos da vossa personalidade, passatempos, gostos, interesses, desde que, sejam aqueles que os psicólogos mais gostam, e que contribuem para vos traçarem um bonito perfil psicológico. Alguns exemplos: Desporto intelectual e físico, ler livros muito grandes e sem imagens, ir ao cinema ver filmes alternativos, reciclar, conduzir um híbrido, ser voluntário no hospital, gostar de desafios, lidar bem com situações extremas, ouvir chopin ou bach, escrever um blog (não como este) ou ir à igreja (hoje em dia, esta pode sair furada, ninguém gosta de um fanático religioso). Basicamente, tudo o que não vos identifique como alguém capaz de chegar um dia armado ao trabalho e disparar contra os colegas.
Mais um post educativo.
Friday, June 23, 2006
Portugal quando a selecção joga
Hoje, entre os relatórios detalhados das actividades desenvolvidas pelos jogadores da selecção em estágio na Alemanha, apanhei a notícia de que a General Motors iria fechar uma fábrica da Opel em Portugal, enviando para o desemprego mais algumas centenas de portugueses. Inquirido por um jornal fícticio inventado por mim, um transeunte que passava terá respondido à pergunta "O que pensa deste despedimento em massa, e da crise que assola o nosso país?" da seguinte forma:
"Crise? ESTAMOS NOS OITAVOS, CARALHO!!!!"
Mais burros que os portugueses em altura de mundial, só os americanos o resto do tempo.
"Crise? ESTAMOS NOS OITAVOS, CARALHO!!!!"
Mais burros que os portugueses em altura de mundial, só os americanos o resto do tempo.
Saturday, June 17, 2006
Tabaco
Ora, como posso eu exprimir o que me vai na alma, sem provavelmente ofender os meus ricos leitores fumadores? Após meditar nesta questão 15 segundos inteirinhos, cheguei à conclusão que não vale a pena, eles que se fodam, porque afinal, é apenas uma (muito) pequena retribuição pelo mal que me causam.
Sou contra o tabaco? Fumar é sinal de fraqueza, as pessoas fumam como sendo a forma de melhor enfrentar as dificuldades da vida, uma vez que a nicotina ajuda a acalmar. Mais, as pessoas fumam para serem mais inteligentes, uma vez que este narcótico ajuda a estimular a actividade cerebral. E fumam porque são agarradinhas e já não conseguem viver sem aquilo. Só por isto, sou contra. O facto de foderem os pulmões nem precisa de ser referido.
A razão deste post foi que, numa ida ao cinema, me vi forçado a seguir atrás de um conjunto de fumadores, à saída, na escada rolante. Filhos da puta. É que nem se apercebem da merda que fazem. Agem como se aquele aborto de hábito fosse algo natural. Como se o fumo que expelem se dissipasse no ar instantaneamente. Como se os estúpidos atrás não tivessem a comer com ele durante todo o tempo que demora a viagem na puta da escada.
Uma vez que não tenho razão para protestar, já que é permitido fumar na maioria dos sítios ou situações, resta-me a doce certeza de que 80% deles vão morrer precoce e horrivelmente. Cá fico à espera.
Sou contra o tabaco? Fumar é sinal de fraqueza, as pessoas fumam como sendo a forma de melhor enfrentar as dificuldades da vida, uma vez que a nicotina ajuda a acalmar. Mais, as pessoas fumam para serem mais inteligentes, uma vez que este narcótico ajuda a estimular a actividade cerebral. E fumam porque são agarradinhas e já não conseguem viver sem aquilo. Só por isto, sou contra. O facto de foderem os pulmões nem precisa de ser referido.
A razão deste post foi que, numa ida ao cinema, me vi forçado a seguir atrás de um conjunto de fumadores, à saída, na escada rolante. Filhos da puta. É que nem se apercebem da merda que fazem. Agem como se aquele aborto de hábito fosse algo natural. Como se o fumo que expelem se dissipasse no ar instantaneamente. Como se os estúpidos atrás não tivessem a comer com ele durante todo o tempo que demora a viagem na puta da escada.
Uma vez que não tenho razão para protestar, já que é permitido fumar na maioria dos sítios ou situações, resta-me a doce certeza de que 80% deles vão morrer precoce e horrivelmente. Cá fico à espera.
Friday, June 09, 2006
Putas no Mundial
Não vou fazer prognósticos em relação à prestação da nossa selecção neste campeonato. Até porque não são famosos, e não quero desanimar ninguém. Vou antes dar conhecimento duma notícia perfeitamente descabida, e que cria precedentes histórios únicos.
Segundo a sic reporta aqui, o vaticano está contra a prostituição no Mundial, ao contrário dos outros Mundiais e restantes competições desportivas, onde é comum o papa tecer algumas palavras de incentivo a todas as putas do mundo, em prol de um serviço bem feito.
Percebo que a igreja católica esteja um pouco aborrecida por o mundo ainda não ter acabado, mesmo agora ultrapassámos outra data de risco (06-06-06), mas daí a manifestar-se publicamente desta forma negativa é abusar um bocado.
É porreiro as agências noticiosas encontrarem espaço para encaixarem estas notícias realmente chocantes.
E agora que já disse algumas parvoíces, só quero dizer que sou contra a prostituição, simplesmente não culpo o futebol pela sua existência. Até porque, segundo dizem, já havia antes da bola cá chegar...
Segundo a sic reporta aqui, o vaticano está contra a prostituição no Mundial, ao contrário dos outros Mundiais e restantes competições desportivas, onde é comum o papa tecer algumas palavras de incentivo a todas as putas do mundo, em prol de um serviço bem feito.
Percebo que a igreja católica esteja um pouco aborrecida por o mundo ainda não ter acabado, mesmo agora ultrapassámos outra data de risco (06-06-06), mas daí a manifestar-se publicamente desta forma negativa é abusar um bocado.
É porreiro as agências noticiosas encontrarem espaço para encaixarem estas notícias realmente chocantes.
E agora que já disse algumas parvoíces, só quero dizer que sou contra a prostituição, simplesmente não culpo o futebol pela sua existência. Até porque, segundo dizem, já havia antes da bola cá chegar...
Tuesday, June 06, 2006
Indignado
Bom, e depois de algum tempo sem escrever nada, dou duas de seguida em dois dias. Nada mau.
Acontece, caros leitores, que mais uma vez acabo por ser eu a pensar em coisas que deviam ser naturais, mas que nos continuam a ser negadas, e com esta já são 3 invenções que infelizmente não tenho capacidade para desenvolver.
1ª Televisões com 2 comandos remotos de origem, já neste blog explicado porquê.
2ª Leitor de mp3 incluído na chave dos carros novos. Se repararem, as chaves dos carros têm um tamanho considerável, e já possuem um sistema electrónico, normalmente de controlo do alarme, e funcionamento do motor. Interrogo-me se seria muito difícil acrescentar um dispositivo de armazenamento, com um buraquinho para os fones e interface usb para ligar ao PC e meter lá uns mp3, e que, ao inserir-se a chave na ignição, automaticamente o rádio tocasse a playlist lá inserida. Acho que, no séc. XXI, é o mínimo que se pode exigir.
3ª Secadores para as mãos nos WC's públicos com um sistema combinado. Já repararam que existem 2 tipos de secadores para as mãos, e nenhum deles é eficiente? O primeiro, activa o secador durante um período de tempo fixo, o qual raramente é suficiente para secar alguma coisa. O segundo, funciona por sensor, e pára constantemente apesar de um gajo não tirar de lá as mãos. Seria pedir muito, um secador com sensor, mas com um tempo de funcionamento mínimo, ao fim do qual continuasse a funcionar se detectasse actividade?
É realmente impressionante como chego aqui e reparo que não disse um único palavrão. Bastaram 3 anos para aquela mulher me transformar num tipo fino e educado. Foda-se...
:)
Acontece, caros leitores, que mais uma vez acabo por ser eu a pensar em coisas que deviam ser naturais, mas que nos continuam a ser negadas, e com esta já são 3 invenções que infelizmente não tenho capacidade para desenvolver.
1ª Televisões com 2 comandos remotos de origem, já neste blog explicado porquê.
2ª Leitor de mp3 incluído na chave dos carros novos. Se repararem, as chaves dos carros têm um tamanho considerável, e já possuem um sistema electrónico, normalmente de controlo do alarme, e funcionamento do motor. Interrogo-me se seria muito difícil acrescentar um dispositivo de armazenamento, com um buraquinho para os fones e interface usb para ligar ao PC e meter lá uns mp3, e que, ao inserir-se a chave na ignição, automaticamente o rádio tocasse a playlist lá inserida. Acho que, no séc. XXI, é o mínimo que se pode exigir.
3ª Secadores para as mãos nos WC's públicos com um sistema combinado. Já repararam que existem 2 tipos de secadores para as mãos, e nenhum deles é eficiente? O primeiro, activa o secador durante um período de tempo fixo, o qual raramente é suficiente para secar alguma coisa. O segundo, funciona por sensor, e pára constantemente apesar de um gajo não tirar de lá as mãos. Seria pedir muito, um secador com sensor, mas com um tempo de funcionamento mínimo, ao fim do qual continuasse a funcionar se detectasse actividade?
É realmente impressionante como chego aqui e reparo que não disse um único palavrão. Bastaram 3 anos para aquela mulher me transformar num tipo fino e educado. Foda-se...
:)
Monday, June 05, 2006
O que se perde...
Todos os dias (ou quase) recordamos datas importantes. São datas que mudaram o mundo, dias de um ou mais, extraordinários acontecimentos que marcaram a diferença daí em diante. E, contudo, pelo caminho, há perdas. Como um sinal enviado por um cabo de cobre (analogia de informático). E é com uma dessas datas perdidas que eu gostaria de exemplificar.
Surgiu-me a (re)ver essa grande série da nossa infância, A-TEAM (ainda hoje tenho o toque para o telemóvel disso, com o discurso do narrador e tudo), onde as balas não matavam ninguém, aquela carrinha preta do B.A. era indestrutível, e o mesmo actor fazia de 7 ou 8 vilões diferentes ao longo da série.
Sabiam que, a determinado ponto do tempo (impossível de apontar com certeza, mas algures durante os anos 90), os personagens de televisão e cinema deixaram de virar, ao de leve, o volante dos veículos automóveis, para a esquerda e para a direita, nas rectas? E que uma data tão marcante na história, onde finalmente alguém parou e pensou na estupidez que era, meterem um actor a mexer o volante só para dar aquela sensação de movimento, foi completamente esquecida? Como, parvejo eu, é suposto evoluirmos como civilização, se continuamos a ignorar desta forma a nossa herança?
Nem no google me consegui safar.
Surgiu-me a (re)ver essa grande série da nossa infância, A-TEAM (ainda hoje tenho o toque para o telemóvel disso, com o discurso do narrador e tudo), onde as balas não matavam ninguém, aquela carrinha preta do B.A. era indestrutível, e o mesmo actor fazia de 7 ou 8 vilões diferentes ao longo da série.
Sabiam que, a determinado ponto do tempo (impossível de apontar com certeza, mas algures durante os anos 90), os personagens de televisão e cinema deixaram de virar, ao de leve, o volante dos veículos automóveis, para a esquerda e para a direita, nas rectas? E que uma data tão marcante na história, onde finalmente alguém parou e pensou na estupidez que era, meterem um actor a mexer o volante só para dar aquela sensação de movimento, foi completamente esquecida? Como, parvejo eu, é suposto evoluirmos como civilização, se continuamos a ignorar desta forma a nossa herança?
Nem no google me consegui safar.
Friday, May 05, 2006
Ponte da Barca - O regresso
Tinhamos chegado à noite de véspera do regresso a casa, pedia-se algo especial. Ainda um pouco dorido da garganta de tanto ter gritado (e bebido) na noite anterior, sugeri que se cortasse um pouco no álcool, por forma a podermos ir dar uma volta até Braga depois de jantar. Assim foi. Jantar dentro de casa, uma vez que a noite estava um pouco mais fria que a anterior, sobremesa, 2 dedos de conversa sobre o Scolari e a convocatória do Ricardo, e finalmente, arrumar tudo para poupar tempo na manhã da partida.
Braga era um pouco longe para a hora que era quando terminámos, e então pensou-se que poderiamos dar um saltinho até o único bar de Ponte de Barca, e se a coisa até estivesse porreira, ficar por lá. Curiosamente, a mesma pessoa que deu a ideia, foi a primeira a dizer "vamos para Braga" quando chegámos ao bar.
O plano era simples: Apanhar a auto-estrada que liga directamente Ponte da Barca a Braga. Como era óbvio, elegeram-me o navegador. Mas essa foi uma daquelas noites em que o instinto teria dado melhor resultado que a inteligência. Antes da entrada na auto-estrada, circulavamos numa via rápida em excelentes condições, deserta (porque seria?), com placas a assinalar Braga a 44 km. Ora, com uma estrada daquelas, sem trânsito, a minha inteligência dizia-me para continuar, e poupar o dinheiro das portagens. Excusado será dizer que, mal passámos a saída para a dita, a via rápida se transformou num pesadelo de curvas, por entre localidades cheias de rotundas, com o chamado "piso suíço". Tinha terminado uma estrada e começado outra. Todos me criticavam por não ser vidente. E ainda agora tinhamos saído de casa.
Quase 1 hora depois, chegados a Braga, era uma questão de encontrar a zona que fazia daquela a "cidade mais jovem de Portugal". Após alguns minutos a ir para lado nenhum, encostámos ao lado de um jovem casal, para pedir direcções. A resposta foi pronta: "A esta hora (1h30) está tudo fechado ou a fechar!" - Isto poderia ter sido terrível, não chegássemos depois à conclusão, que o rapaz tinha dito à acompanhante que tudo iria fechar, por forma a poder consumar a sua jovem relação mais depressa. Obviamente, tinha que manter o cenário à frente dela, quando nos mandou dar uma volta.
Por esta altura, o gasóleo estava a acabar. Era preciso uma bomba. Após uma conversa com um tripeiro rechonchudinho, demos uma "granda bolta", mas ao fazer o contrário daquilo que ele nos tinha dito, lá demos com uma bomba (nem sei se era aquela à qual ele se referia). Nessa bomba as coisas começaram a melhorar. Um chavalo novo, de aspecto hip, estacionou na bomba à nossa frente. Dirigi-me a ele e perguntei-lhe: "Bares?". E ele responde: "Universidade". Não foi preciso mais. Depósito atestado, seguimos as placas que diziam "Universidade", que mais valia dizerem "Bebedouro". Num fininho e meio estávamos à porta de um bar na cidade mais jovem de Portugal. Ora ao que parece, os jovens de Portugal deitam-se cedinho, porque a senhora que nos recebeu à porta, ao invés de nos dar alguns dos 300 cartões de consumo que tinha na mão, disse-nos que o bar ia fechar, assim como todos os outros. Olhámos em volta e deparámo-nos com a veracidade da afirmação. Estava TUDO a fechar. Ainda nem eram 2h. "E agora?" - Pensámos. "Viemos de Setúbal para isto?" - Não. Avisam-nos que existe uma discoteca (por esta altura até fiquei admirado de conhecerem o termo) numa terra ali perto, chamada Lagar's. A moral estava em baixo. Alguns queriam era voltar para casa. "Mas... e as 50 rotundas que fizémos até aqui?" - Sei que a minha condição física corria um grande risco ao lembrar-lhes disso, mas o efeito foi o esperado. Voltámos aos carros e seguimos para a disco. Desta vez, deixámos o outro carro ir à frente.
Após mais uma volta inútil, passando por aquilo que provavelmente era o sítio mais díficil de achar em Braga, a zona dos engates, pedimos informação a um casal composto por 2 homens (...), que devem ter achado piada ao nosso amigo que os abordou, e quase lhe desenharam um mapa. Aí, as coisas melhoraram, e depois de falar com outro casal que (acho) lhe tentou cravar boleia, e mais um rapaz, já quase ao pé do destino, o moço lá nos levou à disco :)
Gostei dos porteiros. Enquanto barravam 4 gajos, por não terem mulher, mandam-me a mim e à malta toda entrar (6 gajos e 2 gajas, façam as contas). Ainda por cima eu ia à frente, o que normalmente é meio caminho andado para não passarmos da porta.
A discoteca era decente. Embora a hora e o sono já pesassem, o pormenor de não haver muito fumo e da comida contar para o consumo (fiz uma rima) conquistou-me. As gajas dançaram até às 5h, os gajos, na sua maioria, ficaram sentados. Foi como levar as crianças ao parque. Custou-me ter que ir lá e dizer "já chega meninas", mas era realmente tarde e a alvorada era às 9h.
A deliberação sobre como ir para casa foi unânime: "Auto-estrada!!!". Mais uma vez, a pressão de nos levar a casa recaiu sobre os meus ombros. E cumpri... até à saída para Ponte da Barca. A saída estava razoavelmente bem assinalada, a 1700 m já tinhamos a primeira placa. A distância foi diminuindo, e avisei o condutor: "Encosta à direita. (...) Encosta à direita. (...) Direita!" E ele encostou... Mas não virou. Em cima da saída, a cor da placa para Ponte da Barca muda de azul, para branco. Às 6h da manhã, isto é o suficiente para lixar a cabeça a um gajo. E lá ficámos, parados na auto-estrada, uns metros depois da saída. "Menos mal, faz marcha-atrás" - Disse. Ele assim fez. Mas a condutora do Honda (o outro carro) lembrou-se de ter um ataque de consciência e recusou-se a parar na auto-estrada, seguindo caminho. No meio de nenhures, de madrugada, sem termos visto um único carro o caminho todo, o medo de ser fotografada por satélite e multada foi mais forte.
A situação em si já não era boa, mas foi quando nos lembrámos que ambas as chaves de ambas as casas estavam no carro que seguiu rumo ao desconhecido, que o desespero nos atingiu. Chegar a casa e ter que ficar à espera da menina bem-comportadinha ia custar a engolir. Mas por acaso, e nessa noite, a parte em que mais se riu foi durante o período de espera à porta de casa. Não perguntem porquê. Já não me lembro. Mas conhecendo-me a mim e aos 3 marmanjos que iam comigo, não se deve ter aproveitado nada.
Algum tempo depois, chegam os "perdidos", vindos de Paredes de Coura. Podiamos ir dormir. Estava de tal forma que nem me lembro como é que consegui chegar à cama.
A manhã seguinte foi de ressaca. Não de álcool, mas de um fim-de-semana em cheio e de uma noite longa. Os condutores tiveram direito a dormir mais um pouco, mas a meio da manhã, estavamos no caminho de volta. A palhaçada no caminho foi igual à da ida, até deu para passar a máquina fotográfica de um carro para o outro a 100 km/h para todos ficarem nas fotos.
Parámos em Aveiro, para ganhar forças com um bom almoço (e foi, sem dúvida, muito bom), e ficar assim a conhecer mais uma bonita cidade, mais precisamente a zona do fórum (vá onde for, vejo-me sempre metido em centros comerciais) e do centro, atravessado por um canal onde é possível passear de gôndola.
Como é óbvio, não podia faltar o abastecimento de ovos moles. Eu não sou apreciador de doces regionais, prefiro as tortas da dan cake, mas um comentário do rapaz-da-toalha-de-bidé levou-me a mostarda ao nariz: "Agarrado do caraças, nem sequer levas uns ovos para a tua Maria!" - Como eu fiz questão de mencionar, a sua alma está condenada a arder no inferno. Mas acabei por trazer aquilo. Ironia das ironias, a minha Maria não gosta de ovos moles, a minha mãe diz que está gorda e acabo por ser eu a ter que malhar aquilo.
Foi uma das últimas paragens da nossa viagem. Chegámos a Setúbal por volta das 21h. Foram umas mini-férias memoráveis, pelo menos na minha opinião, e nem o facto de não termos assistido a um beijo entre as duas raparigas pode estragar isso.
Braga era um pouco longe para a hora que era quando terminámos, e então pensou-se que poderiamos dar um saltinho até o único bar de Ponte de Barca, e se a coisa até estivesse porreira, ficar por lá. Curiosamente, a mesma pessoa que deu a ideia, foi a primeira a dizer "vamos para Braga" quando chegámos ao bar.
O plano era simples: Apanhar a auto-estrada que liga directamente Ponte da Barca a Braga. Como era óbvio, elegeram-me o navegador. Mas essa foi uma daquelas noites em que o instinto teria dado melhor resultado que a inteligência. Antes da entrada na auto-estrada, circulavamos numa via rápida em excelentes condições, deserta (porque seria?), com placas a assinalar Braga a 44 km. Ora, com uma estrada daquelas, sem trânsito, a minha inteligência dizia-me para continuar, e poupar o dinheiro das portagens. Excusado será dizer que, mal passámos a saída para a dita, a via rápida se transformou num pesadelo de curvas, por entre localidades cheias de rotundas, com o chamado "piso suíço". Tinha terminado uma estrada e começado outra. Todos me criticavam por não ser vidente. E ainda agora tinhamos saído de casa.
Quase 1 hora depois, chegados a Braga, era uma questão de encontrar a zona que fazia daquela a "cidade mais jovem de Portugal". Após alguns minutos a ir para lado nenhum, encostámos ao lado de um jovem casal, para pedir direcções. A resposta foi pronta: "A esta hora (1h30) está tudo fechado ou a fechar!" - Isto poderia ter sido terrível, não chegássemos depois à conclusão, que o rapaz tinha dito à acompanhante que tudo iria fechar, por forma a poder consumar a sua jovem relação mais depressa. Obviamente, tinha que manter o cenário à frente dela, quando nos mandou dar uma volta.
Por esta altura, o gasóleo estava a acabar. Era preciso uma bomba. Após uma conversa com um tripeiro rechonchudinho, demos uma "granda bolta", mas ao fazer o contrário daquilo que ele nos tinha dito, lá demos com uma bomba (nem sei se era aquela à qual ele se referia). Nessa bomba as coisas começaram a melhorar. Um chavalo novo, de aspecto hip, estacionou na bomba à nossa frente. Dirigi-me a ele e perguntei-lhe: "Bares?". E ele responde: "Universidade". Não foi preciso mais. Depósito atestado, seguimos as placas que diziam "Universidade", que mais valia dizerem "Bebedouro". Num fininho e meio estávamos à porta de um bar na cidade mais jovem de Portugal. Ora ao que parece, os jovens de Portugal deitam-se cedinho, porque a senhora que nos recebeu à porta, ao invés de nos dar alguns dos 300 cartões de consumo que tinha na mão, disse-nos que o bar ia fechar, assim como todos os outros. Olhámos em volta e deparámo-nos com a veracidade da afirmação. Estava TUDO a fechar. Ainda nem eram 2h. "E agora?" - Pensámos. "Viemos de Setúbal para isto?" - Não. Avisam-nos que existe uma discoteca (por esta altura até fiquei admirado de conhecerem o termo) numa terra ali perto, chamada Lagar's. A moral estava em baixo. Alguns queriam era voltar para casa. "Mas... e as 50 rotundas que fizémos até aqui?" - Sei que a minha condição física corria um grande risco ao lembrar-lhes disso, mas o efeito foi o esperado. Voltámos aos carros e seguimos para a disco. Desta vez, deixámos o outro carro ir à frente.
Após mais uma volta inútil, passando por aquilo que provavelmente era o sítio mais díficil de achar em Braga, a zona dos engates, pedimos informação a um casal composto por 2 homens (...), que devem ter achado piada ao nosso amigo que os abordou, e quase lhe desenharam um mapa. Aí, as coisas melhoraram, e depois de falar com outro casal que (acho) lhe tentou cravar boleia, e mais um rapaz, já quase ao pé do destino, o moço lá nos levou à disco :)
Gostei dos porteiros. Enquanto barravam 4 gajos, por não terem mulher, mandam-me a mim e à malta toda entrar (6 gajos e 2 gajas, façam as contas). Ainda por cima eu ia à frente, o que normalmente é meio caminho andado para não passarmos da porta.
A discoteca era decente. Embora a hora e o sono já pesassem, o pormenor de não haver muito fumo e da comida contar para o consumo (fiz uma rima) conquistou-me. As gajas dançaram até às 5h, os gajos, na sua maioria, ficaram sentados. Foi como levar as crianças ao parque. Custou-me ter que ir lá e dizer "já chega meninas", mas era realmente tarde e a alvorada era às 9h.
A deliberação sobre como ir para casa foi unânime: "Auto-estrada!!!". Mais uma vez, a pressão de nos levar a casa recaiu sobre os meus ombros. E cumpri... até à saída para Ponte da Barca. A saída estava razoavelmente bem assinalada, a 1700 m já tinhamos a primeira placa. A distância foi diminuindo, e avisei o condutor: "Encosta à direita. (...) Encosta à direita. (...) Direita!" E ele encostou... Mas não virou. Em cima da saída, a cor da placa para Ponte da Barca muda de azul, para branco. Às 6h da manhã, isto é o suficiente para lixar a cabeça a um gajo. E lá ficámos, parados na auto-estrada, uns metros depois da saída. "Menos mal, faz marcha-atrás" - Disse. Ele assim fez. Mas a condutora do Honda (o outro carro) lembrou-se de ter um ataque de consciência e recusou-se a parar na auto-estrada, seguindo caminho. No meio de nenhures, de madrugada, sem termos visto um único carro o caminho todo, o medo de ser fotografada por satélite e multada foi mais forte.
A situação em si já não era boa, mas foi quando nos lembrámos que ambas as chaves de ambas as casas estavam no carro que seguiu rumo ao desconhecido, que o desespero nos atingiu. Chegar a casa e ter que ficar à espera da menina bem-comportadinha ia custar a engolir. Mas por acaso, e nessa noite, a parte em que mais se riu foi durante o período de espera à porta de casa. Não perguntem porquê. Já não me lembro. Mas conhecendo-me a mim e aos 3 marmanjos que iam comigo, não se deve ter aproveitado nada.
Algum tempo depois, chegam os "perdidos", vindos de Paredes de Coura. Podiamos ir dormir. Estava de tal forma que nem me lembro como é que consegui chegar à cama.
A manhã seguinte foi de ressaca. Não de álcool, mas de um fim-de-semana em cheio e de uma noite longa. Os condutores tiveram direito a dormir mais um pouco, mas a meio da manhã, estavamos no caminho de volta. A palhaçada no caminho foi igual à da ida, até deu para passar a máquina fotográfica de um carro para o outro a 100 km/h para todos ficarem nas fotos.
Parámos em Aveiro, para ganhar forças com um bom almoço (e foi, sem dúvida, muito bom), e ficar assim a conhecer mais uma bonita cidade, mais precisamente a zona do fórum (vá onde for, vejo-me sempre metido em centros comerciais) e do centro, atravessado por um canal onde é possível passear de gôndola.
Como é óbvio, não podia faltar o abastecimento de ovos moles. Eu não sou apreciador de doces regionais, prefiro as tortas da dan cake, mas um comentário do rapaz-da-toalha-de-bidé levou-me a mostarda ao nariz: "Agarrado do caraças, nem sequer levas uns ovos para a tua Maria!" - Como eu fiz questão de mencionar, a sua alma está condenada a arder no inferno. Mas acabei por trazer aquilo. Ironia das ironias, a minha Maria não gosta de ovos moles, a minha mãe diz que está gorda e acabo por ser eu a ter que malhar aquilo.
Foi uma das últimas paragens da nossa viagem. Chegámos a Setúbal por volta das 21h. Foram umas mini-férias memoráveis, pelo menos na minha opinião, e nem o facto de não termos assistido a um beijo entre as duas raparigas pode estragar isso.
Ponte da Barca
Este é um post "privado" destinado e dedicado especialmente a todos os meus amigos, com quem fui passar um fim-de-semana a Ponte da Barca. Como sou o mais eloquente, fui convidado a imortalizar a experiência no meu blog, mesmo sabendo que à partida isto é bem mais para a parvoíce que para relatos fidedignos.
Nota: Vou evitar a linguagem pesada neste post. Pode ser uma história que interesse às pessoas de bom gosto que eventualmente percam tempo a ler este blog. A ambas.
Para quem não sabe, Ponte da Barca é uma aldeia (vila?) situada a 40 km a norte de Braga, no país excelente que é Portugal. E digo excelente, porque tudo o que vi este fim-de-semana foi lindo. Paisagens excelentes que um gajo vê do carro, praticamente durante o caminho todo. Rios límpidos combinados com floresta verdejante (termo muito literário este, não é?), onde era possível inclusivé ir à banhoca, sem nos preocuparmos com a hipótese de sermos atingidos por uma lata de coca-cola atirada por algum transeunte, ou lixarmos um pé num tubo de escape no fundo, que normalmente não conseguimos ver nos rios aqui do centro porque a água é preta. Enfim, perfeitamente deslumbrante o cenário desta nossa aventura.
Tudo começou numa madrugada de Sábado, pelas 5h. Surpreendentemente, ninguém se deixou dormir (a malta quando é para a maluqueira não perdoa), apesar da hora tardia (sim, tardia, porque para mim estar acordado às 5h da manhã é maioritariamente sinal de que me vou deitar tarde e não de que me levantei cedo). Se se tratasse de um jantar às 20h, o primeiro a chegar estaria lá às 20h15 e o último às 21h30, só para dar uma ideia da noção de horário deste grupo, e o quão anormal foi esta pontualidade.
Dividimos o grupo de 8 pessoas em 2 carros, que seguiram por caminhos diferentes até entrarmos na auto-estrada do Norte. A partir daí a viagem foi típica, sempre com as ultrapassagens inúteis uns aos outros, e os períodos a ocupar as 2 faixas quando não vinha ninguém, a berrar de um carro para o outro, como se não se tratassem de jovens adultos com formação superior. Um mimo.
Na 2ª paragem, numa estação de serviço algures lá para cima surge o primeiro precalço: Um dos bólides deixa de pegar. Não me lembro de quantas vezes ouvi a dona dizer "Honda não falha". Bom, falhou. E continuou a falhar. Só pegava de empurrão. Foi o completo delírio para as dezenas de turistas que também lá estavam, verem 3 gajos a empurrar o carro pelo meio do estacionamento, não sei se eram portugueses, mas se eram espanhóis, ainda hoje devem estar a comentar isso. Como se a Honda fosse portuguesa. Adiante.
Já todos ouviram falar da hospitalidade do norte, mas parece que nos wc's públicos, os senhores levam a sua preocupação com o bem-estar alheio um pouco mais além. Dois amigos meus entram no wc, com alguns 30 urinóis, e vai cada um para a sua ponta. Nisto entra um senhor, que prontamente se colocou ao lado do primeiro, para com certeza, se certificar que num momento delicado como é mijar, tudo corria pelo melhor. Atitude fantástica.
Após 3 ou 4 arranques de empurrão, nos mais variados sítios, incluíndo o estacionamento do modelo, eis que chegámos à Ponte da Barca. Desde logo o rio impressionou, muito bonito mesmo, com um parque ao lado, ideal para a malta almoçar, visto que a entrada na casa alugada só podia acontecer a partir das 15h. Acho que o comentário que saiu da boca de um dos mais picuinhas foi: "15h? Então porque é que me fizeram levantar às 5h?" - O que eu tenho que aturar....
Após a paparoca e as fotos iniciais, seguiu-se um joguinho de futebol. 3 para 3, balizas pequenas. Houve um amigo meu que não quis, porque é o anti-social do grupo, e uma rapariga já de idade avançada (alguns 27 anos) que tem coisas melhores para fazer que andar a fazer figura de parva atrás de uma bola. Agora que penso nisso, não sei se foi uma ou duas gajas que se cortaram :)
No final do jogo, ambas as equipas acharam que venceram, a minha porque ganhou mesmo, a outra porque não sabe contar. Adiante.
Chegada a hora do encontro com a senhoria, dirigimo-nos às casas (2 casas germinadas, numa encosta, à beira-rio) para deixar a bagagem, e partir à procura duma praia fluvial, já que estava um calor do caraças. Encontrámos um pântano, com um banco de areia de 15 metros quadrados, e mesmo para isso já foi preciso andar um bocado às voltas (já que ninguém me dá ouvidos). A água do rio era gelada. Quando saí, passei 5 minutos à procura dos genitais. No entanto, outra amiga nossa é metade peixe e consegue ficar de molho em qualquer água, durante pelo menos meia hora. Mas foi um rapaz, o último a desistir, naquela que ficou conhecida como "a história do rapaz que foi atacado pelo peixe-calhau".
Após o entusiasmo inicial, aproveitámos o dia para tomar uns banhos de sol. A maioria deitados nas suas toalhas de praia, um de nós na sua toalha de bidé, a única que tinha disponível. No entanto, o homem que tem mais peso no grupo banhava-se alegremente, apesar de ter arriscado uma vida de masturbação ao microscópio. Após alguns minutos, oiço um comentário de dentro de água: "Epá, os peixes estão aqui a saltar mesmo ao pé." - Eu estava deitado, meio a dormir, mas achei piada ao rapazinho feliz por estar a brincar com os peixes. No entanto algo macabro aconteceu. Um sorrizinho cínico surgia no rosto do gajo da toalha de bidé. Admirado, olhei para ele, com ar curioso. Ele diz-me: "Sou eu que estou a atirar pedras". O acto em si tinha alguma piada, mas quando me lembro das palavras "eles estão a saltar aqui mesmo ao pé de mim!"... bom, ainda bem que estava sem pila, senão tinha-me mijado. E depois, caros leitores, o potencial da situação! Enorme! Não podiamos deixar que o homem-dos-peixes desconfiasse. Então riamos para dentro, correndo o risco de rebentar um pulmão de tão hilariante que era a situação (talvez não assim, lida, mas para quem lá estava era). Lá continuava ele a brincar com os peixes saltitões, e o outro a atirar pedras. Foi até uma lhe acertar, e pensei que, sem sombra de dúvida, a piada tinha terminado. Mas o comentário de dentro de água não foi o esperado: "EPÁ AGORA UM SALTOU-ME MESMO PARA A MÃO!! O FILHA DA PUTA!!!!" - Foi o descalabro. Já chorávamos. As bochechas doridas do ar que eram forçadas a contêr. Eu só tentava esconder a cara, e até acho que não foi por mim que finalmente o gajo se apercebeu, mas sim por causa do rapaz-da-toalha-de-bidé, que não tinha com o que tapar nada. Que grande momento :)
Estava marcada borga para esse Sábado, mas o dia já ia longo e a malta optou por uma churrascada no quintal. E em boa hora o fez. Boa e muita carninha, sangria à descrição, cerveja, moscatel, e karaoke no portátil. Nunca se cantou tanto e tão mal. A desgraça era muita. Não só por causa do alcool, mas porque às 22h já um gajo estava de pé à 17 horas. Mas ninguém desistiu antes da 1h. Até lá, tudo dava para rir um pouco, é impressionante como quando não se diz ou faz nada de jeito, ninguém se aborrece. No entanto foi também nesta noite que surgiu a primeira desilusão.
Com o grau elevado de alcoolémia que apresentavam, especulava-se que as duas mulheres da expedição tivessem abertas a novas experiências. Daí que, durante certas músicas com coreografias mais arrojadas (nenhum de nós a cantar, obviamente), tenham surgido na multidão comentários do género: "Beija" ou "Só um xoxinho". Sem efeito. Impressionante. Tão perto e contudo tão longe. Até tenho medo de pensar se alguns dos homens lá teriam tido o mesmo discernimento. Adiante.
O sono foi pesado. Até à hora de levantar para tomar o pequeno-almoço (marcado para as 9h30). Uma voltinha pela aldeia (vila?) até ao almoço e passou-se a manhã. O "chefe" pensou que podiamos comer massa instantânea ao almoço, e a malta comeu. Não foi fácil, mas aquilo lá escorregou. À tarde, uns ficaram a dormir, outros foram até Arcos de Vale de Vez, e não é que ainda se estava lá melhor? Toca a arrancar para trás para ir buscar o resto da malta, ainda por cima arranjou-se lá um spot com uma corda atada a uma árvore, à beira-rio, mesmo a jeito para dar uns mergulhos valentes. Aquilo é que era vida. A multidão à beira-rio gritava por nós, empolgada: "Vai filho!!!!" - Dizia uma senhora mais extrovertida. E eu fui. Mal de mim desiludir uma senhora da idade da minha mãe. A pândega durou até o rapaz-do-peixe-calhau rachar um bocado do ramo. Mais ninguém arriscou ir depois disso.
O jantar foi novamente churrascada, peixe e carne grelhados no carvão, mas desta vez com aguinha à mistura. Poupou-se o dinheiro de um jantar fora de casa, só para o gastarmos no almoço do dia seguinte.
Vou terminar por aqui, e reservo o resto da viagem para o post seguinte, porque já estou um bocado farto de escrever, e as palavras caras já não surgem na minha mente como o habitual.
-- FIM DA PRIMEIRA PARTE --
Nota: Vou evitar a linguagem pesada neste post. Pode ser uma história que interesse às pessoas de bom gosto que eventualmente percam tempo a ler este blog. A ambas.
Para quem não sabe, Ponte da Barca é uma aldeia (vila?) situada a 40 km a norte de Braga, no país excelente que é Portugal. E digo excelente, porque tudo o que vi este fim-de-semana foi lindo. Paisagens excelentes que um gajo vê do carro, praticamente durante o caminho todo. Rios límpidos combinados com floresta verdejante (termo muito literário este, não é?), onde era possível inclusivé ir à banhoca, sem nos preocuparmos com a hipótese de sermos atingidos por uma lata de coca-cola atirada por algum transeunte, ou lixarmos um pé num tubo de escape no fundo, que normalmente não conseguimos ver nos rios aqui do centro porque a água é preta. Enfim, perfeitamente deslumbrante o cenário desta nossa aventura.
Tudo começou numa madrugada de Sábado, pelas 5h. Surpreendentemente, ninguém se deixou dormir (a malta quando é para a maluqueira não perdoa), apesar da hora tardia (sim, tardia, porque para mim estar acordado às 5h da manhã é maioritariamente sinal de que me vou deitar tarde e não de que me levantei cedo). Se se tratasse de um jantar às 20h, o primeiro a chegar estaria lá às 20h15 e o último às 21h30, só para dar uma ideia da noção de horário deste grupo, e o quão anormal foi esta pontualidade.
Dividimos o grupo de 8 pessoas em 2 carros, que seguiram por caminhos diferentes até entrarmos na auto-estrada do Norte. A partir daí a viagem foi típica, sempre com as ultrapassagens inúteis uns aos outros, e os períodos a ocupar as 2 faixas quando não vinha ninguém, a berrar de um carro para o outro, como se não se tratassem de jovens adultos com formação superior. Um mimo.
Na 2ª paragem, numa estação de serviço algures lá para cima surge o primeiro precalço: Um dos bólides deixa de pegar. Não me lembro de quantas vezes ouvi a dona dizer "Honda não falha". Bom, falhou. E continuou a falhar. Só pegava de empurrão. Foi o completo delírio para as dezenas de turistas que também lá estavam, verem 3 gajos a empurrar o carro pelo meio do estacionamento, não sei se eram portugueses, mas se eram espanhóis, ainda hoje devem estar a comentar isso. Como se a Honda fosse portuguesa. Adiante.
Já todos ouviram falar da hospitalidade do norte, mas parece que nos wc's públicos, os senhores levam a sua preocupação com o bem-estar alheio um pouco mais além. Dois amigos meus entram no wc, com alguns 30 urinóis, e vai cada um para a sua ponta. Nisto entra um senhor, que prontamente se colocou ao lado do primeiro, para com certeza, se certificar que num momento delicado como é mijar, tudo corria pelo melhor. Atitude fantástica.
Após 3 ou 4 arranques de empurrão, nos mais variados sítios, incluíndo o estacionamento do modelo, eis que chegámos à Ponte da Barca. Desde logo o rio impressionou, muito bonito mesmo, com um parque ao lado, ideal para a malta almoçar, visto que a entrada na casa alugada só podia acontecer a partir das 15h. Acho que o comentário que saiu da boca de um dos mais picuinhas foi: "15h? Então porque é que me fizeram levantar às 5h?" - O que eu tenho que aturar....
Após a paparoca e as fotos iniciais, seguiu-se um joguinho de futebol. 3 para 3, balizas pequenas. Houve um amigo meu que não quis, porque é o anti-social do grupo, e uma rapariga já de idade avançada (alguns 27 anos) que tem coisas melhores para fazer que andar a fazer figura de parva atrás de uma bola. Agora que penso nisso, não sei se foi uma ou duas gajas que se cortaram :)
No final do jogo, ambas as equipas acharam que venceram, a minha porque ganhou mesmo, a outra porque não sabe contar. Adiante.
Chegada a hora do encontro com a senhoria, dirigimo-nos às casas (2 casas germinadas, numa encosta, à beira-rio) para deixar a bagagem, e partir à procura duma praia fluvial, já que estava um calor do caraças. Encontrámos um pântano, com um banco de areia de 15 metros quadrados, e mesmo para isso já foi preciso andar um bocado às voltas (já que ninguém me dá ouvidos). A água do rio era gelada. Quando saí, passei 5 minutos à procura dos genitais. No entanto, outra amiga nossa é metade peixe e consegue ficar de molho em qualquer água, durante pelo menos meia hora. Mas foi um rapaz, o último a desistir, naquela que ficou conhecida como "a história do rapaz que foi atacado pelo peixe-calhau".
Após o entusiasmo inicial, aproveitámos o dia para tomar uns banhos de sol. A maioria deitados nas suas toalhas de praia, um de nós na sua toalha de bidé, a única que tinha disponível. No entanto, o homem que tem mais peso no grupo banhava-se alegremente, apesar de ter arriscado uma vida de masturbação ao microscópio. Após alguns minutos, oiço um comentário de dentro de água: "Epá, os peixes estão aqui a saltar mesmo ao pé." - Eu estava deitado, meio a dormir, mas achei piada ao rapazinho feliz por estar a brincar com os peixes. No entanto algo macabro aconteceu. Um sorrizinho cínico surgia no rosto do gajo da toalha de bidé. Admirado, olhei para ele, com ar curioso. Ele diz-me: "Sou eu que estou a atirar pedras". O acto em si tinha alguma piada, mas quando me lembro das palavras "eles estão a saltar aqui mesmo ao pé de mim!"... bom, ainda bem que estava sem pila, senão tinha-me mijado. E depois, caros leitores, o potencial da situação! Enorme! Não podiamos deixar que o homem-dos-peixes desconfiasse. Então riamos para dentro, correndo o risco de rebentar um pulmão de tão hilariante que era a situação (talvez não assim, lida, mas para quem lá estava era). Lá continuava ele a brincar com os peixes saltitões, e o outro a atirar pedras. Foi até uma lhe acertar, e pensei que, sem sombra de dúvida, a piada tinha terminado. Mas o comentário de dentro de água não foi o esperado: "EPÁ AGORA UM SALTOU-ME MESMO PARA A MÃO!! O FILHA DA PUTA!!!!" - Foi o descalabro. Já chorávamos. As bochechas doridas do ar que eram forçadas a contêr. Eu só tentava esconder a cara, e até acho que não foi por mim que finalmente o gajo se apercebeu, mas sim por causa do rapaz-da-toalha-de-bidé, que não tinha com o que tapar nada. Que grande momento :)
Estava marcada borga para esse Sábado, mas o dia já ia longo e a malta optou por uma churrascada no quintal. E em boa hora o fez. Boa e muita carninha, sangria à descrição, cerveja, moscatel, e karaoke no portátil. Nunca se cantou tanto e tão mal. A desgraça era muita. Não só por causa do alcool, mas porque às 22h já um gajo estava de pé à 17 horas. Mas ninguém desistiu antes da 1h. Até lá, tudo dava para rir um pouco, é impressionante como quando não se diz ou faz nada de jeito, ninguém se aborrece. No entanto foi também nesta noite que surgiu a primeira desilusão.
Com o grau elevado de alcoolémia que apresentavam, especulava-se que as duas mulheres da expedição tivessem abertas a novas experiências. Daí que, durante certas músicas com coreografias mais arrojadas (nenhum de nós a cantar, obviamente), tenham surgido na multidão comentários do género: "Beija" ou "Só um xoxinho". Sem efeito. Impressionante. Tão perto e contudo tão longe. Até tenho medo de pensar se alguns dos homens lá teriam tido o mesmo discernimento. Adiante.
O sono foi pesado. Até à hora de levantar para tomar o pequeno-almoço (marcado para as 9h30). Uma voltinha pela aldeia (vila?) até ao almoço e passou-se a manhã. O "chefe" pensou que podiamos comer massa instantânea ao almoço, e a malta comeu. Não foi fácil, mas aquilo lá escorregou. À tarde, uns ficaram a dormir, outros foram até Arcos de Vale de Vez, e não é que ainda se estava lá melhor? Toca a arrancar para trás para ir buscar o resto da malta, ainda por cima arranjou-se lá um spot com uma corda atada a uma árvore, à beira-rio, mesmo a jeito para dar uns mergulhos valentes. Aquilo é que era vida. A multidão à beira-rio gritava por nós, empolgada: "Vai filho!!!!" - Dizia uma senhora mais extrovertida. E eu fui. Mal de mim desiludir uma senhora da idade da minha mãe. A pândega durou até o rapaz-do-peixe-calhau rachar um bocado do ramo. Mais ninguém arriscou ir depois disso.
O jantar foi novamente churrascada, peixe e carne grelhados no carvão, mas desta vez com aguinha à mistura. Poupou-se o dinheiro de um jantar fora de casa, só para o gastarmos no almoço do dia seguinte.
Vou terminar por aqui, e reservo o resto da viagem para o post seguinte, porque já estou um bocado farto de escrever, e as palavras caras já não surgem na minha mente como o habitual.
-- FIM DA PRIMEIRA PARTE --
Thursday, April 27, 2006
Numa sociedade ideal, não existem subidas
Tive um sonho. Um pouco alucinado, sem dúvida derivado do cansaço, em que viviamos numa sociedade perfeita. E nessa sociedade, fosse qual fosse o nosso destino, o percurso para lá era a descer. Nada como a merda de caminho que fiz desde o trabalho até casa, de bicicleta.
O nosso país é hilariante. Somos pobres, mas temos um custo de vida alto. Uma das despesas do dia a dia é o combustível. Seria de pensar que em curtas distâncias, fosse preferível andar a pé, ou ainda, de bicicleta. Vivo a 5 km do local onde trabalho, não é nada de mais perder 20 min. e poupar uns trocos. Mas não o faço com frequência. Acho que não gostam de mim quando ando de bicicleta. O incómodo que causo aos condutores é tal, que tenho dificuldade em dormir à noite. O próprio sistema não gosta que eu ande de bicicleta. Quando estabelece um plano para reparar um troço de estrada, deixa a berma de fora, para poupar dinheiro. Devem achar que ninguém a usa. Sim, naquele estado, é capaz de ser verdade.
Segundo o código da estrada, uma bicicleta é um veículo. No entanto, com estradas onde mal cabem 2 carros em sentidos opostos, um veículo destes causa muito transtorno. Lá fora percebem isso, portanto são construídos passeios para peões e bicicletas. Cá, até se colocam sinais de trânsito a bloquear as bermas. "Perigo, zona de acidentes" - Ora foda-se, com um sinal à frente depois duma curva, você também estaria em perigo.
Não chega já ser sempre a subir, ainda um gajo tem que ir com atenção aos obstáculos, parece que estamos nos x-games. Também gosto dos camiões estacionados a ocupar a berma toda e metade da estrada. Enfim, quando estou cansado fico um bocado mariquinhas. Mas que gostava de cagar no carro e andar mais de bicicleta, gostava. Enfiem o euro e trinta e quatro o litro no buraquinho do cu, filhos da puta.
A compra da bicicleta teve piada. Fui ali ao Jumbo, olhei, vi logo o que queria. Era vermelha, moderna, CARA. Tudo o que se pode querer numa bicicleta. No entanto, antes que chegasse a senhora responsável pela zona, para a tirar do suporte aéreo inteligente, a 2 metros do chão, chega-me um brasileiro ao pé de mim com 2 amigos, e começa a fitar a mesma bina que eu. O vermelho puxa o olho. Ora, caralhos m'a fodam, podem entrar cá para dentro, mas acho que ainda existe algures uma lei qualquer que defende que sós os portugueses é que podem ter coisas boas. O gajo volta-se para mim e diz: "Sabi quanto pesa?" - Não, mas deve ser bué. "É bunita" - Sim, mas eu cheguei primeiro. "Num faix mau, tô só chekando" - Ainda bem. E a comentarem uns para os outros "bein legau pra mandá pró brasiu". Não há bicicletas no Brasil? "Sim, mas é caru, aqui fica ein conta". Foda-se, é a mais cara que aqui está.
Nisto chega a senhora, que me diz que a posso tirar eu mesmo (tava-se mesmo a ver), e também concordei que era melhor, tratava-se de uma rapariga, até me sentia mal de ficar ali a vê-la escavacar-se toda para tirar aquilo lá de cima. Nisto, os brasileiros perguntam: "Num tein outra?". Não. Só o que está exposto. Então bazaram. Volto-me para a senhora e digo: "Olhe, afinal vou tirar a azul".
O nosso país é hilariante. Somos pobres, mas temos um custo de vida alto. Uma das despesas do dia a dia é o combustível. Seria de pensar que em curtas distâncias, fosse preferível andar a pé, ou ainda, de bicicleta. Vivo a 5 km do local onde trabalho, não é nada de mais perder 20 min. e poupar uns trocos. Mas não o faço com frequência. Acho que não gostam de mim quando ando de bicicleta. O incómodo que causo aos condutores é tal, que tenho dificuldade em dormir à noite. O próprio sistema não gosta que eu ande de bicicleta. Quando estabelece um plano para reparar um troço de estrada, deixa a berma de fora, para poupar dinheiro. Devem achar que ninguém a usa. Sim, naquele estado, é capaz de ser verdade.
Segundo o código da estrada, uma bicicleta é um veículo. No entanto, com estradas onde mal cabem 2 carros em sentidos opostos, um veículo destes causa muito transtorno. Lá fora percebem isso, portanto são construídos passeios para peões e bicicletas. Cá, até se colocam sinais de trânsito a bloquear as bermas. "Perigo, zona de acidentes" - Ora foda-se, com um sinal à frente depois duma curva, você também estaria em perigo.
Não chega já ser sempre a subir, ainda um gajo tem que ir com atenção aos obstáculos, parece que estamos nos x-games. Também gosto dos camiões estacionados a ocupar a berma toda e metade da estrada. Enfim, quando estou cansado fico um bocado mariquinhas. Mas que gostava de cagar no carro e andar mais de bicicleta, gostava. Enfiem o euro e trinta e quatro o litro no buraquinho do cu, filhos da puta.
A compra da bicicleta teve piada. Fui ali ao Jumbo, olhei, vi logo o que queria. Era vermelha, moderna, CARA. Tudo o que se pode querer numa bicicleta. No entanto, antes que chegasse a senhora responsável pela zona, para a tirar do suporte aéreo inteligente, a 2 metros do chão, chega-me um brasileiro ao pé de mim com 2 amigos, e começa a fitar a mesma bina que eu. O vermelho puxa o olho. Ora, caralhos m'a fodam, podem entrar cá para dentro, mas acho que ainda existe algures uma lei qualquer que defende que sós os portugueses é que podem ter coisas boas. O gajo volta-se para mim e diz: "Sabi quanto pesa?" - Não, mas deve ser bué. "É bunita" - Sim, mas eu cheguei primeiro. "Num faix mau, tô só chekando" - Ainda bem. E a comentarem uns para os outros "bein legau pra mandá pró brasiu". Não há bicicletas no Brasil? "Sim, mas é caru, aqui fica ein conta". Foda-se, é a mais cara que aqui está.
Nisto chega a senhora, que me diz que a posso tirar eu mesmo (tava-se mesmo a ver), e também concordei que era melhor, tratava-se de uma rapariga, até me sentia mal de ficar ali a vê-la escavacar-se toda para tirar aquilo lá de cima. Nisto, os brasileiros perguntam: "Num tein outra?". Não. Só o que está exposto. Então bazaram. Volto-me para a senhora e digo: "Olhe, afinal vou tirar a azul".
Tuesday, April 18, 2006
Alemanha
O que é? Um país. Mais precisamente, um país que teve a honra de receber Minha Excelência, eu próprio, pelo período de 1 semana. E qual é o propósito de um blog, se não for para partilhar e relembrar mais tarde, as bonitas experiências da vida. Não poupando nos pormenores, como é óbvio.
Ora, para alguém que nunca gostou do conceito de entrar num avião, o planeamento da viagem podia ter corrido melhor. Ao invés de um vôo directo, encavaram-me (bonita expressão alentejana para descrever o acto que um sujeito pratica sobre outro, por detrás e com as calças do último em baixo) com escalas em Munique, a caminho de Leipzig (o destino). 4 vôos para ir e vir, o dobro da probabilidade de morrer. Agora pergunto eu: existe mesmo assim tanta necessidade de colocar a vida de alguém (p.e. eu, e afinal é o que interessa) que não se conhece, em perigo, além do necessário, para atingir o mesmo objectivo? Julgo que não. Adiante.
Esquecendo um pouco a viagem de avião (e uma de carro que fiz por lá, numa daquelas auto-estradas sem limite de velocidade, onde por várias vezes me vi forçado a rezar aos deuses e ao Eusébio para que o motor do mercedes gripasse, sem sorte, raios partam a tecnologia alemã), passo a descrever o que vi por lá. Cheguei de noite, a uma quinta, no meio do campo. Não se via puto, tive que esperar pela manhã para perceber onde raios estava. Saí, parei e olhei. Tudo à volta era verde, lembrava a primavera em Portugal, mas fazia mais frio que no Inverno. As casas eram parecidas às nossas, exceptuando pelas pinturas de guerra desenhadas nas paredes e os telhados em forma de capacete do Darth Vader (tenho fotos). Pus-me a caminho da vila mais próxima, cujo nome não me atrevo a pronunciar, pronto a dar uma olhadela aos stands, para ver se salvava um carrinho desta experiência maluca que é ir à Alemanha quando estão 25 graus em Portugal. Gostei do que vi, por pouco não me decidi a ficar por lá, a recolher o lixo, porque ao menos assim podia comprar um audi ou um bmw, já que aqui, como engenheiro, ainda vou de bicicleta para o trabalho quando o tempo "tá" bom para poupar uns trocados...
Nos dias seguintes, em casa ou na rua, o meu conhecimento sobre a cultura alemã aumentava a olhos vistos. Uma autêntica "esponja cultural", este homem.
Assim, aqui ficam algumas curiosidades que aprendi sobre aquele país:
Dos 100 canais televisivos, 90 eram em alemão. As casas não têm persianas, e o sol nasce às 5h. As portuguesas são MUITO melhores que as alemãs. Quando inquiridos, 100% dos alemães afirmam não falar inglês, mas descobri mais tarde que, se cagar na pergunta e começar directamente a falar, a maioria percebe e responde de acordo. Na páscoa, as árvores são decoradas com ovos, como se faz no natal, com enfeites. Os alemães também passam os vermelhos. Para eles, desde que não neve, está bom tempo para comer gelado numa esplanada. Lá os chapéus de chuva são para mariquinhas. Na cidade, chegas ao meio de um mercado de ciganos e apanhas wireless no teu portátil. A cerveja deles escorrega realmente bem, custa é 2,5 euros o copo. Muitos alemães deixam a porta destrancada à noite. Os polícias alemães são mais simpáticos que o resto da população. E finalmente, para acabar em beleza, ainda podes ir a uma disco alemã e ouvir Whigfield com o seu hit "saturday night".
Agora que já sabem onde é que eu estava metido, permitam-me partilhar convosco alguns momentos mais fora do normal que tive (não desesperem, dá para rir um bocado).
Às páginas tantas, vejo-me convidado para um casamento entre um português com uma alemã. Não presenciei o casamento, mas estava lá para o copo de água, só com o pequeno-almoço no estômago, a pensar na paparoca. Ora acontece que, sem grande justificação para tal, os alemães não se sabem casar, embora como nós, já o façam à muito tempo. E digo isto porquê? Após a viagem de hora e meia, já a barriguinha ia um bocado a dar horas, vejo-me chegado ao copo de água e... nada. Nem uns croquetes, nem umas fatias de pão. Só cerveja. E um gajo não pode dizer que não, ou ofende (aprendi isso no "padrinho"). E depois da cerveja, já ia mais outra hora e tal decorrida, o champagne. E como nem percebia muito bem o que se passava, só dizia "ya, ya". Longe de mim arriscar ser responsável por um incidente diplomático.
Finalmente, já a minha cabeça tinha um tamanho considerável, oferecem-me uma fatia de bolo dos noivos com um cafezinho. Bolo dos noivos? Antes da comida? "Isto será legal?", pensava eu. Não disse que não. Não podia. Adiante.
Já passava das 18h quando começou a cheirar a comida. A minha irmã já tinha ido ao carro malhar uns croissants que tinhamos comprado no lidl, e que supostamente eram para a semana toda.
Começa a malta a comer, self-service (admite-se?), quando chegam os animadores. Dois alemães que para sacarem reacção dos tugas tiveram que meter a música "love generation" do Bob Sinclar em repeat durante meia hora. Quando o noivo me disse que iamos ter um fadinho mais à frente, até chorei de emoção por ir ouvir cantar português.
Mas o melhor ainda estava para vir. Já que até aqui foi tudo ao contrário, só faltava mesmo aquilo que inicia qualquer bom casamento: A despedida de solteiro. Então, ao final da noite, arranca o bom striptease ao som de rammstein. Houve direito a uma ovação de pé. A rapariga merecia. Actuou até já não ter onde segurar as notas. Bravo. Por esta altura, não havia lá ninguém que não tivesse já a planear o seu casamento na Alemanha. Adiante.
Outra situação caricata que me aconteceu, foi estar um dia em casa a jantar (e lembrem-se, a malta não tranca as portas), quando me entra pela sala um puto alemão, não devia ter mais de 20 anos, a cair de bebâdo, a perguntar pela festa de anos da Tânia (seja lá quem for), isto numa quinta, no meio do mato, a quilómetros da civilização.
Já tinha ouvido falar de bebedeiras de andar 3 dias à procura de casa, mas nunca tinha realmente visto nenhuma.
Após termos confirmado que realmente ninguém nas redondezas conhecia o puto, o gajo nota que não éramos alemães, e pergunta-nos o que bebiam os portugueses. Quando soube que era vinho ofereceu-se para ficar. "Fica para outra vez jovem, vai lá à procura da Tânia". E ele foi.
Bom, acho que não fica muito por contar. Não me vou pôr para aqui a falar de monumentos ou derivados. Também não vou contar o que me ia na cabeça dentro dos aviões. Nem quando imediatamente antes da descolagem, passa por mim um mecânico com um alicate e uma chave de fendas. Ou quando o motor da esquerda não arrancou ao mesmo tempo que o da direita. Ou quando as hospedeiras insistiam em mostrar-me o funcionamento de um colete salva-vidas, ao invés de um pára-quedas.
Uma experiência para repetir? Dizer que não, ofende.
Ora, para alguém que nunca gostou do conceito de entrar num avião, o planeamento da viagem podia ter corrido melhor. Ao invés de um vôo directo, encavaram-me (bonita expressão alentejana para descrever o acto que um sujeito pratica sobre outro, por detrás e com as calças do último em baixo) com escalas em Munique, a caminho de Leipzig (o destino). 4 vôos para ir e vir, o dobro da probabilidade de morrer. Agora pergunto eu: existe mesmo assim tanta necessidade de colocar a vida de alguém (p.e. eu, e afinal é o que interessa) que não se conhece, em perigo, além do necessário, para atingir o mesmo objectivo? Julgo que não. Adiante.
Esquecendo um pouco a viagem de avião (e uma de carro que fiz por lá, numa daquelas auto-estradas sem limite de velocidade, onde por várias vezes me vi forçado a rezar aos deuses e ao Eusébio para que o motor do mercedes gripasse, sem sorte, raios partam a tecnologia alemã), passo a descrever o que vi por lá. Cheguei de noite, a uma quinta, no meio do campo. Não se via puto, tive que esperar pela manhã para perceber onde raios estava. Saí, parei e olhei. Tudo à volta era verde, lembrava a primavera em Portugal, mas fazia mais frio que no Inverno. As casas eram parecidas às nossas, exceptuando pelas pinturas de guerra desenhadas nas paredes e os telhados em forma de capacete do Darth Vader (tenho fotos). Pus-me a caminho da vila mais próxima, cujo nome não me atrevo a pronunciar, pronto a dar uma olhadela aos stands, para ver se salvava um carrinho desta experiência maluca que é ir à Alemanha quando estão 25 graus em Portugal. Gostei do que vi, por pouco não me decidi a ficar por lá, a recolher o lixo, porque ao menos assim podia comprar um audi ou um bmw, já que aqui, como engenheiro, ainda vou de bicicleta para o trabalho quando o tempo "tá" bom para poupar uns trocados...
Nos dias seguintes, em casa ou na rua, o meu conhecimento sobre a cultura alemã aumentava a olhos vistos. Uma autêntica "esponja cultural", este homem.
Assim, aqui ficam algumas curiosidades que aprendi sobre aquele país:
Dos 100 canais televisivos, 90 eram em alemão. As casas não têm persianas, e o sol nasce às 5h. As portuguesas são MUITO melhores que as alemãs. Quando inquiridos, 100% dos alemães afirmam não falar inglês, mas descobri mais tarde que, se cagar na pergunta e começar directamente a falar, a maioria percebe e responde de acordo. Na páscoa, as árvores são decoradas com ovos, como se faz no natal, com enfeites. Os alemães também passam os vermelhos. Para eles, desde que não neve, está bom tempo para comer gelado numa esplanada. Lá os chapéus de chuva são para mariquinhas. Na cidade, chegas ao meio de um mercado de ciganos e apanhas wireless no teu portátil. A cerveja deles escorrega realmente bem, custa é 2,5 euros o copo. Muitos alemães deixam a porta destrancada à noite. Os polícias alemães são mais simpáticos que o resto da população. E finalmente, para acabar em beleza, ainda podes ir a uma disco alemã e ouvir Whigfield com o seu hit "saturday night".
Agora que já sabem onde é que eu estava metido, permitam-me partilhar convosco alguns momentos mais fora do normal que tive (não desesperem, dá para rir um bocado).
Às páginas tantas, vejo-me convidado para um casamento entre um português com uma alemã. Não presenciei o casamento, mas estava lá para o copo de água, só com o pequeno-almoço no estômago, a pensar na paparoca. Ora acontece que, sem grande justificação para tal, os alemães não se sabem casar, embora como nós, já o façam à muito tempo. E digo isto porquê? Após a viagem de hora e meia, já a barriguinha ia um bocado a dar horas, vejo-me chegado ao copo de água e... nada. Nem uns croquetes, nem umas fatias de pão. Só cerveja. E um gajo não pode dizer que não, ou ofende (aprendi isso no "padrinho"). E depois da cerveja, já ia mais outra hora e tal decorrida, o champagne. E como nem percebia muito bem o que se passava, só dizia "ya, ya". Longe de mim arriscar ser responsável por um incidente diplomático.
Finalmente, já a minha cabeça tinha um tamanho considerável, oferecem-me uma fatia de bolo dos noivos com um cafezinho. Bolo dos noivos? Antes da comida? "Isto será legal?", pensava eu. Não disse que não. Não podia. Adiante.
Já passava das 18h quando começou a cheirar a comida. A minha irmã já tinha ido ao carro malhar uns croissants que tinhamos comprado no lidl, e que supostamente eram para a semana toda.
Começa a malta a comer, self-service (admite-se?), quando chegam os animadores. Dois alemães que para sacarem reacção dos tugas tiveram que meter a música "love generation" do Bob Sinclar em repeat durante meia hora. Quando o noivo me disse que iamos ter um fadinho mais à frente, até chorei de emoção por ir ouvir cantar português.
Mas o melhor ainda estava para vir. Já que até aqui foi tudo ao contrário, só faltava mesmo aquilo que inicia qualquer bom casamento: A despedida de solteiro. Então, ao final da noite, arranca o bom striptease ao som de rammstein. Houve direito a uma ovação de pé. A rapariga merecia. Actuou até já não ter onde segurar as notas. Bravo. Por esta altura, não havia lá ninguém que não tivesse já a planear o seu casamento na Alemanha. Adiante.
Outra situação caricata que me aconteceu, foi estar um dia em casa a jantar (e lembrem-se, a malta não tranca as portas), quando me entra pela sala um puto alemão, não devia ter mais de 20 anos, a cair de bebâdo, a perguntar pela festa de anos da Tânia (seja lá quem for), isto numa quinta, no meio do mato, a quilómetros da civilização.
Já tinha ouvido falar de bebedeiras de andar 3 dias à procura de casa, mas nunca tinha realmente visto nenhuma.
Após termos confirmado que realmente ninguém nas redondezas conhecia o puto, o gajo nota que não éramos alemães, e pergunta-nos o que bebiam os portugueses. Quando soube que era vinho ofereceu-se para ficar. "Fica para outra vez jovem, vai lá à procura da Tânia". E ele foi.
Bom, acho que não fica muito por contar. Não me vou pôr para aqui a falar de monumentos ou derivados. Também não vou contar o que me ia na cabeça dentro dos aviões. Nem quando imediatamente antes da descolagem, passa por mim um mecânico com um alicate e uma chave de fendas. Ou quando o motor da esquerda não arrancou ao mesmo tempo que o da direita. Ou quando as hospedeiras insistiam em mostrar-me o funcionamento de um colete salva-vidas, ao invés de um pára-quedas.
Uma experiência para repetir? Dizer que não, ofende.
Friday, March 24, 2006
V for Vendetta
Ando a denotar um tom de revolta no meu blog. Se fosse analisado por um psicólogo, julgo que o senhor diria que a minha escrita é um "escape", uma forma de colocar cá fora a minha opinião sobre muito do que se passa em meu redor, uma vez que ninguém está realmente disposto a ouvir-me (obviamente).
Sendo assim, achei por bem escrever sobre algo que gostei. "V for Vendetta" foi, para já, o filme do ano. Sendo um filme sobre comics, convém ter-se consciência do que se vai ver. Heróis, vilões, donzelas em apuros, muita acção e efeitos especiais. Mesmo como se quer um filme :) Mas filmes assim, há aos pontapés, e não é isso que torna este especial.
Fora um facto que é praticamente dado como certo durante todo o filme, e que se confirma no final, é impossível saber o que irá acontecer a seguir. Ficamos colados à cadeira durante 2 horas, e dificilmente durante algum momento não estamos embriagados pelo que estamos a ver.
O herói é genial. Personagem da DC Comics (bolinha com um R aqui), daqueles menos conhecidos, provavelmente porque não é um dos "vitalícios" como o Super-Homem ou Batman, ficou para já imortalizado na história do cinema, como parte de um dos melhores filmes sobre um comic de sempre. O actor escolhido para o papel... dificilmente poderia ter sido melhor. Sendo alguém que não mostra cara, o importante mesmo era a voz. E caraças, que a voz do Hugo Weaving caiu no "V" que nem um meteorito no armaguedão. A pinta da máscara também está muito lá. Em memória de Guy Fawkes, um dos responsáveis pela tentativa de assassinato falhada do Rei James I, em 1605, que ficou conhecida como "a trama da pólvora", e que ainda hoje é recordada nalguns países, no 5 de Novembro. Supostamente, Fawkes era um homem decente, e tentou incitar uma revolta contra um Rei "tirano". Para lembrar essa data, surge uma frase mencionada neste filme, que sem dúvida, não é fácil esquecer:
"Remember, remember, the fifth of November, gunpowder treason and plot. I see no reason why the gunpowder treason should ever be forgot."
Apesar desta fonte de inspiração, a acção do filme decorre num ano futuro, onde após muitos conflitos armados, o governo inglês resolve instaurar medidas ditatoriais para manter a paz. "V" é um terrorista que procura vingança contra este governo, procurando realizar aquilo que Fawkes não conseguiu, há 400 anos. Pelo caminho ainda conhece a personagem de Natalie Portman, Evey, outra boa adição a este filme, mas a outro nível.
O vilão é irritante com'ó caraças, absolutamente detestável, o que é sempre bom num filme do género.
Os efeitos especiais estão ao nível por mim considerado ideal. Nada de animação exagerada por computador, ou seja, os efeitos complementam o filme e não o contrário.
Apesar disto tudo, ontem ainda consegui ouvir um senhor na Sic Notícias a criticar negativamente este tipo de filmes. Senhor já na casa dos 50-60 anos. Foi até ao cúmulo de comparar as receitas de um filme como este, a filmes de menor orçamento, sem dúvida com qualidade, mas que atraem muito menos audiência. Na opinião do senhor, deviam deixar de fazer filmes como o Star Wars, ou Batmans. Nem comento o facto de darem tempo de antena a alguém assim, porque não quero marcar um post tão decente com palavras menos apropriadas.
Viva la revolucion!
Sendo assim, achei por bem escrever sobre algo que gostei. "V for Vendetta" foi, para já, o filme do ano. Sendo um filme sobre comics, convém ter-se consciência do que se vai ver. Heróis, vilões, donzelas em apuros, muita acção e efeitos especiais. Mesmo como se quer um filme :) Mas filmes assim, há aos pontapés, e não é isso que torna este especial.
Fora um facto que é praticamente dado como certo durante todo o filme, e que se confirma no final, é impossível saber o que irá acontecer a seguir. Ficamos colados à cadeira durante 2 horas, e dificilmente durante algum momento não estamos embriagados pelo que estamos a ver.
O herói é genial. Personagem da DC Comics (bolinha com um R aqui), daqueles menos conhecidos, provavelmente porque não é um dos "vitalícios" como o Super-Homem ou Batman, ficou para já imortalizado na história do cinema, como parte de um dos melhores filmes sobre um comic de sempre. O actor escolhido para o papel... dificilmente poderia ter sido melhor. Sendo alguém que não mostra cara, o importante mesmo era a voz. E caraças, que a voz do Hugo Weaving caiu no "V" que nem um meteorito no armaguedão. A pinta da máscara também está muito lá. Em memória de Guy Fawkes, um dos responsáveis pela tentativa de assassinato falhada do Rei James I, em 1605, que ficou conhecida como "a trama da pólvora", e que ainda hoje é recordada nalguns países, no 5 de Novembro. Supostamente, Fawkes era um homem decente, e tentou incitar uma revolta contra um Rei "tirano". Para lembrar essa data, surge uma frase mencionada neste filme, que sem dúvida, não é fácil esquecer:
"Remember, remember, the fifth of November, gunpowder treason and plot. I see no reason why the gunpowder treason should ever be forgot."
Apesar desta fonte de inspiração, a acção do filme decorre num ano futuro, onde após muitos conflitos armados, o governo inglês resolve instaurar medidas ditatoriais para manter a paz. "V" é um terrorista que procura vingança contra este governo, procurando realizar aquilo que Fawkes não conseguiu, há 400 anos. Pelo caminho ainda conhece a personagem de Natalie Portman, Evey, outra boa adição a este filme, mas a outro nível.
O vilão é irritante com'ó caraças, absolutamente detestável, o que é sempre bom num filme do género.
Os efeitos especiais estão ao nível por mim considerado ideal. Nada de animação exagerada por computador, ou seja, os efeitos complementam o filme e não o contrário.
Apesar disto tudo, ontem ainda consegui ouvir um senhor na Sic Notícias a criticar negativamente este tipo de filmes. Senhor já na casa dos 50-60 anos. Foi até ao cúmulo de comparar as receitas de um filme como este, a filmes de menor orçamento, sem dúvida com qualidade, mas que atraem muito menos audiência. Na opinião do senhor, deviam deixar de fazer filmes como o Star Wars, ou Batmans. Nem comento o facto de darem tempo de antena a alguém assim, porque não quero marcar um post tão decente com palavras menos apropriadas.
Viva la revolucion!
Sunday, March 19, 2006
Aquela selva arredondada...
Estou a falar, claro está, das rotundas em Portugal. E chamo-lhe selva, porque os portugueses, ao chegarem a uma, se comportam como animais. E porquê? Tenho aqui a oportunidade de referir o blog de um amigo meu, psicólogo de profissão, tanto ou mais parvo que eu, que escreve sobre o individualismo social em http://the-abstract.blogspot.com/2006/02/era-uma-vez-uma-bolha.html
De que forma se aplica isto às rotundas? Bom, comecemos por outro lado. Explicar o porquê de eu ficar fodido quando se recusam a cumprir com o que está certo, só porque "não dá jeito", ou porque simplesmente são nabos.
Eu sou uma pessoa lógica. Sempre fui. E agora que ando metido nos computadores, já penso em 0's e 1's. Assim como o código da estrada. É 80% lógico e intuitivo. Passei o meu primeiro exame de código, devia ter uns 10 anos. Estava no 5º ano, foi feito um exame de 20 perguntas, mais do ponto de vista dos peões e veículos sem motor, mas com perguntas que ainda vi no meu exame de condução, aos 18. Nunca tinha estudado o código da estrada, errei 2 em 20, conseguindo o melhor resultado na escola (acreditem, não foi proeza nenhuma), para não variar. 10 anos. E, se nessa altura, alguém me tivesse ensinado a conduzir em rotundas, eu tinha percebido. Aparentemente, sou um génio, uma vez que, aparentemente, sabia mais aos 10 anos, que os caramelos que hoje andam atrás de um volante. Pior. Há quem saiba, e se recuse a cumprir. Adiante.
Afinal, como se deve abordar uma rotunda? Na altura em que tirei a carta, não existia um algoritmo específico. Tanto que, para o meu instrutor, aqui na minha terra, cada rotunda tinha uma maneira diferente de ser abordada. Ainda pensei em levar cábulas para o exame de condução, mas não tinha espaço para todas e pensei: "que se foda".
Nessa altura, os acidentes em rotundas eram mais que muitos. Finalmente, alguém teve o bom senso de, mais uma vez, adicionar um pouco de lógica ao código da estrada, estipulando que, e passo a citar: "há que obrigar os condutores a circular sempre nas faixas interiores, sendo apenas permitida a passagem para a zona exterior no troço imediatamente antes da saída desejada" (in http://automotor.xl.pt/aut/0903/a01-00-00.shtml). Complicado?!
Dito de outra forma: Só entram numa rotunda encostados à direita se forem sair na 1ª saída, e em mais NENHUMA situação. Se forem em frente, ou sair na 2ª saída, já não encostam à direita, ficando numa das faixas mais à esquerda. Não interessa o número de faixas da saída, mas sim o da entrada.
Agora, a parte complexa, e que faz com esta "receita" não funcione: Quando há um acidente, provocado por um condutor ao tentar mudar para a faixa exterior, antes da sua saída, ou seja, agindo correctamente, aparentemente e tanto quanto julgo saber, este condutor não terá automaticamente razão. Porque não? Se envolvido no acidente estiver também um transgressor, que ia a PASSEAR pela faixa de fora, desde que entrou na rotunda, porque raios não é ele a arcar com as culpas? Bom, ele já lá estava, e o 1º é que lhe foi bater. Então para que serve esta bela merda de "instrução", enquanto houver quem se recuse a cumpri-la? Para foder quem cumpre?
A ausência de acção neste assunto, por parte da própria autoridade, contribui para que seja muito complicado convencer seja quem for a fazer o que é correcto, em deterimento do que é mais fácil. E todos sabemos que não é possível apelar à consciência de cada um, porque simplesmente, isto só está a dar para quem se está a cagar para os outros.
De que forma se aplica isto às rotundas? Bom, comecemos por outro lado. Explicar o porquê de eu ficar fodido quando se recusam a cumprir com o que está certo, só porque "não dá jeito", ou porque simplesmente são nabos.
Eu sou uma pessoa lógica. Sempre fui. E agora que ando metido nos computadores, já penso em 0's e 1's. Assim como o código da estrada. É 80% lógico e intuitivo. Passei o meu primeiro exame de código, devia ter uns 10 anos. Estava no 5º ano, foi feito um exame de 20 perguntas, mais do ponto de vista dos peões e veículos sem motor, mas com perguntas que ainda vi no meu exame de condução, aos 18. Nunca tinha estudado o código da estrada, errei 2 em 20, conseguindo o melhor resultado na escola (acreditem, não foi proeza nenhuma), para não variar. 10 anos. E, se nessa altura, alguém me tivesse ensinado a conduzir em rotundas, eu tinha percebido. Aparentemente, sou um génio, uma vez que, aparentemente, sabia mais aos 10 anos, que os caramelos que hoje andam atrás de um volante. Pior. Há quem saiba, e se recuse a cumprir. Adiante.
Afinal, como se deve abordar uma rotunda? Na altura em que tirei a carta, não existia um algoritmo específico. Tanto que, para o meu instrutor, aqui na minha terra, cada rotunda tinha uma maneira diferente de ser abordada. Ainda pensei em levar cábulas para o exame de condução, mas não tinha espaço para todas e pensei: "que se foda".
Nessa altura, os acidentes em rotundas eram mais que muitos. Finalmente, alguém teve o bom senso de, mais uma vez, adicionar um pouco de lógica ao código da estrada, estipulando que, e passo a citar: "há que obrigar os condutores a circular sempre nas faixas interiores, sendo apenas permitida a passagem para a zona exterior no troço imediatamente antes da saída desejada" (in http://automotor.xl.pt/aut/0903/a01-00-00.shtml). Complicado?!
Dito de outra forma: Só entram numa rotunda encostados à direita se forem sair na 1ª saída, e em mais NENHUMA situação. Se forem em frente, ou sair na 2ª saída, já não encostam à direita, ficando numa das faixas mais à esquerda. Não interessa o número de faixas da saída, mas sim o da entrada.
Agora, a parte complexa, e que faz com esta "receita" não funcione: Quando há um acidente, provocado por um condutor ao tentar mudar para a faixa exterior, antes da sua saída, ou seja, agindo correctamente, aparentemente e tanto quanto julgo saber, este condutor não terá automaticamente razão. Porque não? Se envolvido no acidente estiver também um transgressor, que ia a PASSEAR pela faixa de fora, desde que entrou na rotunda, porque raios não é ele a arcar com as culpas? Bom, ele já lá estava, e o 1º é que lhe foi bater. Então para que serve esta bela merda de "instrução", enquanto houver quem se recuse a cumpri-la? Para foder quem cumpre?
A ausência de acção neste assunto, por parte da própria autoridade, contribui para que seja muito complicado convencer seja quem for a fazer o que é correcto, em deterimento do que é mais fácil. E todos sabemos que não é possível apelar à consciência de cada um, porque simplesmente, isto só está a dar para quem se está a cagar para os outros.
Thursday, March 16, 2006
OPA
É impressão minha, ou agora é moda rejeitar OPA's (leia-se, Ofertas Públicas de Aquisição)?
- "XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX MIL MILHÕES DE EUROS!!!"
- "hmmm... nop."
Vemos ofertas de empresas que primam pela competência, a empresas cuja liderança não vale um cú. Deveria ser lógico. É o processo de selecção natural. Os nabos saem, os bons ficam. Mas não. Neste país, ser nabo é aceitável. E então, uma administração estagnada, com políticas, recursos e decisões ultrapassadas recusa-se a levantar o rabo das confortáveis cadeiras administrativas, apesar da (ENORME) compensação financeira.
- "Para que serve o dinheiro, afinal, se não tivermos poder?"
Mesmo que se fodam os clientes, forçados a aceitar as condições que lhes são impigidas, por falta de alternativa (nalguns casos), e que vêm assim desperdiçada, a oportunidade de melhoria de serviço.
E depois da primeira OPA falhada, outra OPA. E outra. Também rejeitadas. É a moda de 2006. Fazer OPA's e/ou recusá-las. Dá para aparecer na tv e tudo.
E a propósito, gosto de que, agora, durante uma crise económica como a nossa, cada vez que surge uma notícia, sobre qualquer tipo de aquisição ou oferta, é sempre "MIL MILHÕES DE EUROS". Já nada custa "milhões". É sempre milhares de milhão (biliões, como dizem os americanos). Seria de pensar que, como isto está, já um espanhol pudesse comprar o país todo por menos que isso...
- "XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX MIL MILHÕES DE EUROS!!!"
- "hmmm... nop."
Vemos ofertas de empresas que primam pela competência, a empresas cuja liderança não vale um cú. Deveria ser lógico. É o processo de selecção natural. Os nabos saem, os bons ficam. Mas não. Neste país, ser nabo é aceitável. E então, uma administração estagnada, com políticas, recursos e decisões ultrapassadas recusa-se a levantar o rabo das confortáveis cadeiras administrativas, apesar da (ENORME) compensação financeira.
- "Para que serve o dinheiro, afinal, se não tivermos poder?"
Mesmo que se fodam os clientes, forçados a aceitar as condições que lhes são impigidas, por falta de alternativa (nalguns casos), e que vêm assim desperdiçada, a oportunidade de melhoria de serviço.
E depois da primeira OPA falhada, outra OPA. E outra. Também rejeitadas. É a moda de 2006. Fazer OPA's e/ou recusá-las. Dá para aparecer na tv e tudo.
E a propósito, gosto de que, agora, durante uma crise económica como a nossa, cada vez que surge uma notícia, sobre qualquer tipo de aquisição ou oferta, é sempre "MIL MILHÕES DE EUROS". Já nada custa "milhões". É sempre milhares de milhão (biliões, como dizem os americanos). Seria de pensar que, como isto está, já um espanhol pudesse comprar o país todo por menos que isso...
Wednesday, March 08, 2006
Paris Hilton e sexo
Recebi num mail, um vídeo da Paris Hilton em todo o seu explendor oral (leia-se, a fazer um broche), com um tipo qualquer.
...
Tou-me profundamente a cagar, mas queria que cada vez que alguém escrevesse "Paris Hilton", "sexo" e "broche" no google, viessem parar ao meu blog, enganados.
Publicidade oferecida. Há que adorá-la.
PS: Para internacionalizar a coisa, fica um pequeno excerto do dicionário pt-inglês.
Paris Hilton - Paris Hilton
Broche - Blowjob
Oral - Oral
Sexo - Sex
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Tou-me profundamente a cagar, mas queria que cada vez que alguém escrevesse "Paris Hilton", "sexo" e "broche" no google, viessem parar ao meu blog, enganados.
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PS: Para internacionalizar a coisa, fica um pequeno excerto do dicionário pt-inglês.
Paris Hilton - Paris Hilton
Broche - Blowjob
Oral - Oral
Sexo - Sex
Friday, March 03, 2006
HI5
Ora, eu sou aquele tipo de gajo ingénuo, que gosta de acreditar no melhor de cada ser humano. Já me têm dito que sou parvo, que o mundo é uma selva, mas não! Não posso acreditar que cada um apenas se preocupa consigo mesmo, e que está disposto a espezinhar qualquer um para conseguir seguir a sua vidinha com menos uma preocupação.
Sou patego. MAS NÃO TENHO A MINHA VIDA ESTAMPADA NO HI5!!
Mais uma vez, a minha ignorância não tem limites. Já oiço falar no hi5 há anos, sem nunca ter tido a puta da curiosidade de ver o que era. Até criei lá um perfil, há cerca de um ano, adicionei 2 ou 3 amigos, e fartei-me. Tava visto. Nunca mais lá voltei.
De repente, surge-me um convite no mail, para aceitar como amigo, certo e determinado indivíduo. Tudo bem, vou ao meu perfil, fico um bocado perdido nas opções mas lá encontro a coisa. Ao pé disso, um link para o perfil do meu amigo...
... hein?
Fui lá... E entrei. Pensei "hmmm o boi já me devia ter adicionado, e autorizado. Ok porreiro." Ao lado, uma galeria de fotos de gajas. E eu, que já reparei que quando entro no meu perfil os senhores do hi5 fazem o favor de me presentear com tudo o que é gajedo da minha "network", pensei que se tratasse do mesmo. Errado. Por cima dizia "boi's friends". Amigos? Este gajedo todo? Aquele cromo? Bom, seja. Adiante.
Preparava-me então para seguir com a minha vida. Inadvertidamente passo com o rato por cima de um dos amigos, e surge-me aquela mãozinha no rato, que aparece quando navegamos por cima de um link. E aí ainda pensei: "é p'ra aumentar a foto das gajas". Errado outra vez. Clicando em cima duma das febras de qualidade, "amiga" do boi do meu amigo, vou parar... ao perfil da gaja. Eu. Mas eu não conheço a gaja. Não sou amigo dela. Mas tenho acesso à informação toda. Já sei o nome, idade, cidade, gostos e orientação sexual. E ao lado, tenho a galeria dos amigos, desta vez só gajos.
Que raio?
Então ainda pensei: "Algo se passa. Se calhar o boi adicionou uma daquelas gajas fictícias, enganado. A gaja não existe. Porque se existisse, não metia na net, para todos verem, fotografias suas em lingerie, e dos seus amigos em lingerie, e da família em lingerie."
Durante 2 segundos, fiquei descansado. Até que, um pouco mais à frente, na lista de amigos do boi do meu amigo, outro borrego que eu conheço. "É impossível que este link que leve à página de informação deste gajo", pensei. "Este sei que existe mesmo, e sei que não me adicionou como amigo". Errado (sim, não dei uma para a caixa). Cliquei na foto, e voilá. Perfil do borrego. A partir daí foi o descalabro.
Perfis de amigos de amigos de amigos de amigos meus. Tudo ali. E quem é amigo de quem. E este dizia que era meu amigo, mas se calhar não é, pelo que diz o hi5. E este meu amigo conhece esta minha amiga. E este outro, que é um anti-social do caralho, tem 50 amigos. E esta gaja boa aqui, tem 300, e é amiga do meu amigo, embora o cabrão nunca me tenha apresentado. Com certeza também gostava de ser minha amiga, com a breca! Até porque nesta altura, comecei a pensar que os convites para amizade, provavelmente não podem ser recusados! Claro, faz todo o sentido. É muito mais que um site de engate. É um site que força a amizade. Um site para aumentar o convívio da humanidade. Um site que tenta atingir à bruta, a paz no mundo. Mesmo que para isso seja preciso violar a privacidade ou direitos deste ou aquele. Obviamente, americano.
Mas não. Os convites podem ser rejeitados. Mais. Nem é preciso rejeitá-los, basta não os aceitar. Eu testei. Com 10 ou 15 gajas. Funciona. Mas eu não tenho foto em tronco nú. Não tenho fotos do meu cachorrinho. Não tenho fotos minhas em bebé. Quem haveria de aceitar amizade de um bronco destes? Mas é bom saber que tenho um stock de amigos na net, à distância de um click.
Não ficava tão parvo com a realidade cibernauta em que vivo, desde a cena dos aniversários.
Sou patego. MAS NÃO TENHO A MINHA VIDA ESTAMPADA NO HI5!!
Mais uma vez, a minha ignorância não tem limites. Já oiço falar no hi5 há anos, sem nunca ter tido a puta da curiosidade de ver o que era. Até criei lá um perfil, há cerca de um ano, adicionei 2 ou 3 amigos, e fartei-me. Tava visto. Nunca mais lá voltei.
De repente, surge-me um convite no mail, para aceitar como amigo, certo e determinado indivíduo. Tudo bem, vou ao meu perfil, fico um bocado perdido nas opções mas lá encontro a coisa. Ao pé disso, um link para o perfil do meu amigo...
... hein?
Fui lá... E entrei. Pensei "hmmm o boi já me devia ter adicionado, e autorizado. Ok porreiro." Ao lado, uma galeria de fotos de gajas. E eu, que já reparei que quando entro no meu perfil os senhores do hi5 fazem o favor de me presentear com tudo o que é gajedo da minha "network", pensei que se tratasse do mesmo. Errado. Por cima dizia "boi's friends". Amigos? Este gajedo todo? Aquele cromo? Bom, seja. Adiante.
Preparava-me então para seguir com a minha vida. Inadvertidamente passo com o rato por cima de um dos amigos, e surge-me aquela mãozinha no rato, que aparece quando navegamos por cima de um link. E aí ainda pensei: "é p'ra aumentar a foto das gajas". Errado outra vez. Clicando em cima duma das febras de qualidade, "amiga" do boi do meu amigo, vou parar... ao perfil da gaja. Eu. Mas eu não conheço a gaja. Não sou amigo dela. Mas tenho acesso à informação toda. Já sei o nome, idade, cidade, gostos e orientação sexual. E ao lado, tenho a galeria dos amigos, desta vez só gajos.
Que raio?
Então ainda pensei: "Algo se passa. Se calhar o boi adicionou uma daquelas gajas fictícias, enganado. A gaja não existe. Porque se existisse, não metia na net, para todos verem, fotografias suas em lingerie, e dos seus amigos em lingerie, e da família em lingerie."
Durante 2 segundos, fiquei descansado. Até que, um pouco mais à frente, na lista de amigos do boi do meu amigo, outro borrego que eu conheço. "É impossível que este link que leve à página de informação deste gajo", pensei. "Este sei que existe mesmo, e sei que não me adicionou como amigo". Errado (sim, não dei uma para a caixa). Cliquei na foto, e voilá. Perfil do borrego. A partir daí foi o descalabro.
Perfis de amigos de amigos de amigos de amigos meus. Tudo ali. E quem é amigo de quem. E este dizia que era meu amigo, mas se calhar não é, pelo que diz o hi5. E este meu amigo conhece esta minha amiga. E este outro, que é um anti-social do caralho, tem 50 amigos. E esta gaja boa aqui, tem 300, e é amiga do meu amigo, embora o cabrão nunca me tenha apresentado. Com certeza também gostava de ser minha amiga, com a breca! Até porque nesta altura, comecei a pensar que os convites para amizade, provavelmente não podem ser recusados! Claro, faz todo o sentido. É muito mais que um site de engate. É um site que força a amizade. Um site para aumentar o convívio da humanidade. Um site que tenta atingir à bruta, a paz no mundo. Mesmo que para isso seja preciso violar a privacidade ou direitos deste ou aquele. Obviamente, americano.
Mas não. Os convites podem ser rejeitados. Mais. Nem é preciso rejeitá-los, basta não os aceitar. Eu testei. Com 10 ou 15 gajas. Funciona. Mas eu não tenho foto em tronco nú. Não tenho fotos do meu cachorrinho. Não tenho fotos minhas em bebé. Quem haveria de aceitar amizade de um bronco destes? Mas é bom saber que tenho um stock de amigos na net, à distância de um click.
Não ficava tão parvo com a realidade cibernauta em que vivo, desde a cena dos aniversários.
Friday, February 10, 2006
Ser engenheiro
Resolvi partilhar com vocês aquilo que é realmente ser engenheiro, baseado na minha experiência.
Engenheiro é:
- Alguém que fez o curso com aproveitamento a 20% das cadeiras porque os professores sobre-valorizaram o lixo que corrigiram no exame, e/ou ofereceram valores porque senão os chumbos eram muitos e podia dar a imagem de que o(a) senhor(a) em questão não fosse bom professor(a);
- Alguém que fez o curso com aproveitamento a 10% das cadeiras porque arredondaram os 9 para 10 na discussão de prova, que não é bem uma discussão, mas mais uma conversa amigável, por vezes sobre bola;
- Alguém que fez metade dos projectos propostos, deixando a outra metade para o colega, sem tão pouco ter lido os enunciados;
- Alguém que fez o curso com aproveitamento a 10% das cadeiras devido erros do professor, seja a corrigir, a avaliar, a fazer os exames, sacando por vezes um 16 que devia ter sido 11;
- Alguém que passou a 80% dos exames porque os do ano anterior eram parecidos. 30% dos quais com boas notas, porque eram praticamente iguais;
- Alguém que até hoje nunca deixou de estudar de vésperas. Até porque com exames dia sim, dia não, tem mesmo que ser;
- Alguém que memorizou 10% do que deu durante o curso;
- Alguém que não foi a metade das aulas, por motivos de entertenimento;
- Alguém que absorveu mais alcool que informação durante o curso (bom, talvez não no meu caso, mas no geral);
- Alguém que teve professores como ninguém acreditaria. Uns, pedem-nos para rezar durante uma aula. O mesmo fez-me apresentar 3 vezes durante 3 aulas seguidas até se aperceber que já me conhecia. Outros, vão buscar-nos ao bar quando percebem que não vamos de lá sair sozinhos. Alguns ainda fumam na sala de aula. Para outros, a primeira meia-hora de aula deve ser passada a discutir aquele que deverá ser a imagem para o background ideal para os respectivos ambientes de trabalho no windows. Um pensava que desligar e ligar o monitor resolveria problemas num programa. Enfim, adiante;
- Alguém que foi educado a ausentar-se da sala sem pedir licença para atender o telemóvel;
- Alguém que, desde que teve wireless na escola, passou as aulas todas a "surfar". Bom para acompanhar os relatos da bola, de vez em quando;
- Alguém que com isto tudo, ainda acabou com média 3 pontos acima do mínimo;
- Alguém que não é necessariamente inteligente ou talentoso;
- Alguém que, sem nunca ter trabalhado, consegue fazer um curriculum de 4 páginas A4;
- Alguém que no final, acaba por ter um emprego onde tem tempo para escrever em blogs.
Engenheiro é:
- Alguém que fez o curso com aproveitamento a 20% das cadeiras porque os professores sobre-valorizaram o lixo que corrigiram no exame, e/ou ofereceram valores porque senão os chumbos eram muitos e podia dar a imagem de que o(a) senhor(a) em questão não fosse bom professor(a);
- Alguém que fez o curso com aproveitamento a 10% das cadeiras porque arredondaram os 9 para 10 na discussão de prova, que não é bem uma discussão, mas mais uma conversa amigável, por vezes sobre bola;
- Alguém que fez metade dos projectos propostos, deixando a outra metade para o colega, sem tão pouco ter lido os enunciados;
- Alguém que fez o curso com aproveitamento a 10% das cadeiras devido erros do professor, seja a corrigir, a avaliar, a fazer os exames, sacando por vezes um 16 que devia ter sido 11;
- Alguém que passou a 80% dos exames porque os do ano anterior eram parecidos. 30% dos quais com boas notas, porque eram praticamente iguais;
- Alguém que até hoje nunca deixou de estudar de vésperas. Até porque com exames dia sim, dia não, tem mesmo que ser;
- Alguém que memorizou 10% do que deu durante o curso;
- Alguém que não foi a metade das aulas, por motivos de entertenimento;
- Alguém que absorveu mais alcool que informação durante o curso (bom, talvez não no meu caso, mas no geral);
- Alguém que teve professores como ninguém acreditaria. Uns, pedem-nos para rezar durante uma aula. O mesmo fez-me apresentar 3 vezes durante 3 aulas seguidas até se aperceber que já me conhecia. Outros, vão buscar-nos ao bar quando percebem que não vamos de lá sair sozinhos. Alguns ainda fumam na sala de aula. Para outros, a primeira meia-hora de aula deve ser passada a discutir aquele que deverá ser a imagem para o background ideal para os respectivos ambientes de trabalho no windows. Um pensava que desligar e ligar o monitor resolveria problemas num programa. Enfim, adiante;
- Alguém que foi educado a ausentar-se da sala sem pedir licença para atender o telemóvel;
- Alguém que, desde que teve wireless na escola, passou as aulas todas a "surfar". Bom para acompanhar os relatos da bola, de vez em quando;
- Alguém que com isto tudo, ainda acabou com média 3 pontos acima do mínimo;
- Alguém que não é necessariamente inteligente ou talentoso;
- Alguém que, sem nunca ter trabalhado, consegue fazer um curriculum de 4 páginas A4;
- Alguém que no final, acaba por ter um emprego onde tem tempo para escrever em blogs.
Monday, January 23, 2006
...
Faz sentido. No ano em que eu resolvo gozar com o Beto, à frente de toda a gente, o gajo baza mesmo. Lagartos do caralho.
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