Após ler uma frase interessante de um sujeito que não conheço de lado nenhum e não merece ser referido (quando se dá uma para a caixa ao mesmo tempo que as restantes centenas vão parar ao lixo, não se é merecedor de reconhecimento por ninguém), pensei que deveria partilhar mais uma vez consigo, caro leitor, um pouco da minha experiência como licenciado, uma vez que os restantes continuam a tentar atirar-lhe areia para os olhos, isto se, for gestor numa empresa.
Assim, vou explicar como é feito o famoso CV, aquele documento que pode ou não decidir todo o nosso futuro, a não ser que sejam um gaja e jeitosa, aí pode bastar um trabalhinho oral à pessoa certa, e da vossa disponibilidade para trabalhar com um porco tarado, que aceita um broche duma candidata na entrevista.
Existem muitas abordagens, técnicas, tácticas, toques pessoais, etc. para fazer um CV. E cada um tem as suas. No entanto, há algumas regras básicas que convém seguir, e é especialmente dessas que gostaria de falar.
1ª - Manter sempre 3 ou 4 CV's parcialmente distintos, completamente diferentes ou mesmo contraditórios, prontos a entregar. Cada emprego é um caso, e o CV deve ser sempre bem adequado ao tipo de emprego ao qual nos estamos a candidatar. Exemplo: Eu (ou não) lembro-me de uma vez ter realizado um trabalho de 3 folhas sobre os melhores lutadores do street fighter. Como pescador, isto não me dá grande vantagem em relação aos restantes candidatos à vaga no barco. No entanto, se fosse crítico de jogos, aí já incluiria, de forma detalhada o suficiente para ocupar meia folha A4, os motivos que me levaram a escrever o trabalho, o jogo, os lutadores e o número de horas que precisei para realizar tal análise, de forma tão concisa. E ocultava aquela vez que fui com uns amigos à pesca uma tarde e apanhei peixe (convenientemente não me lembro da quantidade exacta), o que me torna praticamente um profissional no ramo.
2ª - Antes de uma entrega, melhorar SEMPRE o CV. Como é óbvio, nunca se entrega o mesmo CV duas vezes. É SEMPRE possível melhorar o CV, e o como, depende do dia da semana e disposição no momento. Mesmo que, entre duas entregas de dois CV, não se faça mais nada que não seja coçar os tomates. Mesmo que se inclua no segundo: "Últimos 3 meses: Pausa para profunda introspecção".
3ª - Não incluir fotografia. No meu caso, é mais uma regra pela qual viver.
4ª - Não entregar um CV curto. Mesmo que não tenham feito nada, um CV curto é um CV chumbado. Mesmo que não tenham experiência profissional absolutamente nenhuma, relembrem aqueles biscates que fizeram quando eram novos (eu em pequeno, por exemplo, ajudava a minha avó na horta, se alguma vez tivesse ido para agricultura, já estava lançado). E mesmo não querendo ser agricultor, não é vergonha nenhuma saberem que sei o que é trabalhar, desde pequenino, ainda para mais, a carregar baldes de água (mais uma vez, não me lembro da quantidade exacta). Apesar disto, cuidado ao incluirem "simulações de medicina com a vizinha do lado" no CV, porque pode não ser bem entendido.
5ª - Finalmente, não menos importante, incluir aspectos positivos da vossa personalidade, passatempos, gostos, interesses, desde que, sejam aqueles que os psicólogos mais gostam, e que contribuem para vos traçarem um bonito perfil psicológico. Alguns exemplos: Desporto intelectual e físico, ler livros muito grandes e sem imagens, ir ao cinema ver filmes alternativos, reciclar, conduzir um híbrido, ser voluntário no hospital, gostar de desafios, lidar bem com situações extremas, ouvir chopin ou bach, escrever um blog (não como este) ou ir à igreja (hoje em dia, esta pode sair furada, ninguém gosta de um fanático religioso). Basicamente, tudo o que não vos identifique como alguém capaz de chegar um dia armado ao trabalho e disparar contra os colegas.
Mais um post educativo.
Wednesday, June 28, 2006
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