Friday, December 19, 2008
Lisboa
Foda-se, fazemos assim: o resto dos portugueses deixam de poder entrar em Lisboa, mas os Lisboetas deixam de poder sair. Fica o meu voto.
Saturday, December 13, 2008
Engate à portuguesa
Esta é daquelas alturas em que gostava de ser um bocadinho menos ordinário, por forma a que tivesse mais mulheres (sim, parece que ainda tenho algumas) a ler este blog. Isto porque, interessava-me a opinião e experiência de algum elemento do sexo feminino em relação a esse espécime tão especial, o engatatão português.
Ora, a razão de ser deste post foi ter assistido (fiquei absolutamente deslumbrado) a um destes verdadeiros "predadores sexuais" em acção, ontem, no Casino do Estoril. Já agora, e antes de irmos ao assunto central do tópico, o meu reparo em relação às doses que servem num restaurante que há para lá: Um folhado daqueles de amostra, com 6 pedacinhos de verdura (erva) não é uma entrada. Pão, azeitonas, chouriços, queijos (atenção ao plural) são entradas. Um líquido servido num pires com a altura de 0,4 cm (medido a olho após mergulhar a pontinha da colher - e foi tudo o que consegui mergulhar) não é uma sopa. Uma tijela de couve, feijão, carne, massa, chouriço, toucinho, é uma sopa. Cheia até acima. Dois profiteroles de carne com arrozinho on-the-side, decorado com um tomate miniatura (onde caralho arranjam aqueles tomates?) não é um prato. Um prato é... muita coisa, que não aquilo. E um quadrado 3x3 cm de pudim não é uma sobremesa. Fica a explicação para os responsáveis. Adiante.
Ora, voltando ao garanhão do Estoril, como ficou conhecido. Acontece que estavam por lá duas miúdas giras a trabalhar, recebendo amavelmente as pessoas à entrada. Nível. Ora, a maioria dos homens vive a vida sem nunca aprender aquele grande primeiro segredo universal: como meter conversa com uma mulher bonita que não se conhece. Este é um segredo extremamente bem guardado por um motivo simples: Isso não se faz. Principalmente quando a mulher está a trabalhar. Porquê, pergunta o ignorante leitor? Porque uma mulher já tem que aturar uma quantidade impressionante de merda durante a sua vida, ou seja, mais um merdas não ajuda. Depois, a maioria dos homens também vive a vida sem nunca aprender aquele grande segundo segredo universal: como manter uma conversa com uma mulher que, por boa educação, apenas emite os sons "hmmm-hmmm", "ah" e "pois" (acontece principalmente quando a mulher tem mesmo que ficar naquele sítio, e não pode fugir). Mais uma vez, o motivo para este mistério está no facto de que isto também não se faz. Porque é simplesmente triste.
Felizmente, nós, portugueses, somos inconvenientes. Somos inconvenientes uns para os outros, somos inconvenientes para os outros europeus, e somos, basicamente, um inconveniente para o mundo (por exemplo, alguém ousa considerar este blog conveniente?). Assim sendo, temos por cá, como é óbvio, muitos jovens completamente dispostos a entediar raparigas até à fila do centro de emprego (as que presenciei no casino estão já a mandar cv's), ignorando completamente o facto de que, digamos, estão a correr sem sair do mesmo sítio. Persistência notável.
Agora, o engatatão português fode? A resposta é sim. Não o do Estoril, mas apenas porque a janela temporal não permitiu. Permitam que elabore.
Lembram-se da cena do "Matrix", em que os agentes tinham o "afro-americano" na cadeira algemado, e lhe estavam a tentar sacar os códigos? Não lhe bateram, não o ameaçaram, não o torturaram. Mas estiveram quase lá. Porquê? Porque quando a dose de tédio aumenta até certo ponto, as pessoas cedem.
Uma mulher, em média, demora alguns meses a ceder. Mas cede. Levar durante meses com o engatatão português é complicado. Lembram-se da Marta e do Marco do Big Brother? Ela não o queria, ele não quis saber. Foi apenas uma questão de tempo.
A falta de respeito, consideração, senso comum, inteligência e capacidade social (características chave do sujeito) são apenas anestesiantes, e com o tempo, o corpo cria a chamada "habituação" e efeito repulsivo inicial perde-se. É anatomia, simples.
Porque não somos todos capazes de o fazer? Amor-próprio. O homem normal percebe que algo está mal quando os olhos de uma mulher dizem "aborrecida de morte", e segue o seu caminho. Para o bem de muitos namoros forçados, e para a desgraça de muitos casamentos (óbvio), há quem não tenha pingo disso.
Ora, a razão de ser deste post foi ter assistido (fiquei absolutamente deslumbrado) a um destes verdadeiros "predadores sexuais" em acção, ontem, no Casino do Estoril. Já agora, e antes de irmos ao assunto central do tópico, o meu reparo em relação às doses que servem num restaurante que há para lá: Um folhado daqueles de amostra, com 6 pedacinhos de verdura (erva) não é uma entrada. Pão, azeitonas, chouriços, queijos (atenção ao plural) são entradas. Um líquido servido num pires com a altura de 0,4 cm (medido a olho após mergulhar a pontinha da colher - e foi tudo o que consegui mergulhar) não é uma sopa. Uma tijela de couve, feijão, carne, massa, chouriço, toucinho, é uma sopa. Cheia até acima. Dois profiteroles de carne com arrozinho on-the-side, decorado com um tomate miniatura (onde caralho arranjam aqueles tomates?) não é um prato. Um prato é... muita coisa, que não aquilo. E um quadrado 3x3 cm de pudim não é uma sobremesa. Fica a explicação para os responsáveis. Adiante.
Ora, voltando ao garanhão do Estoril, como ficou conhecido. Acontece que estavam por lá duas miúdas giras a trabalhar, recebendo amavelmente as pessoas à entrada. Nível. Ora, a maioria dos homens vive a vida sem nunca aprender aquele grande primeiro segredo universal: como meter conversa com uma mulher bonita que não se conhece. Este é um segredo extremamente bem guardado por um motivo simples: Isso não se faz. Principalmente quando a mulher está a trabalhar. Porquê, pergunta o ignorante leitor? Porque uma mulher já tem que aturar uma quantidade impressionante de merda durante a sua vida, ou seja, mais um merdas não ajuda. Depois, a maioria dos homens também vive a vida sem nunca aprender aquele grande segundo segredo universal: como manter uma conversa com uma mulher que, por boa educação, apenas emite os sons "hmmm-hmmm", "ah" e "pois" (acontece principalmente quando a mulher tem mesmo que ficar naquele sítio, e não pode fugir). Mais uma vez, o motivo para este mistério está no facto de que isto também não se faz. Porque é simplesmente triste.
Felizmente, nós, portugueses, somos inconvenientes. Somos inconvenientes uns para os outros, somos inconvenientes para os outros europeus, e somos, basicamente, um inconveniente para o mundo (por exemplo, alguém ousa considerar este blog conveniente?). Assim sendo, temos por cá, como é óbvio, muitos jovens completamente dispostos a entediar raparigas até à fila do centro de emprego (as que presenciei no casino estão já a mandar cv's), ignorando completamente o facto de que, digamos, estão a correr sem sair do mesmo sítio. Persistência notável.
Agora, o engatatão português fode? A resposta é sim. Não o do Estoril, mas apenas porque a janela temporal não permitiu. Permitam que elabore.
Lembram-se da cena do "Matrix", em que os agentes tinham o "afro-americano" na cadeira algemado, e lhe estavam a tentar sacar os códigos? Não lhe bateram, não o ameaçaram, não o torturaram. Mas estiveram quase lá. Porquê? Porque quando a dose de tédio aumenta até certo ponto, as pessoas cedem.
Uma mulher, em média, demora alguns meses a ceder. Mas cede. Levar durante meses com o engatatão português é complicado. Lembram-se da Marta e do Marco do Big Brother? Ela não o queria, ele não quis saber. Foi apenas uma questão de tempo.
A falta de respeito, consideração, senso comum, inteligência e capacidade social (características chave do sujeito) são apenas anestesiantes, e com o tempo, o corpo cria a chamada "habituação" e efeito repulsivo inicial perde-se. É anatomia, simples.
Porque não somos todos capazes de o fazer? Amor-próprio. O homem normal percebe que algo está mal quando os olhos de uma mulher dizem "aborrecida de morte", e segue o seu caminho. Para o bem de muitos namoros forçados, e para a desgraça de muitos casamentos (óbvio), há quem não tenha pingo disso.
Thursday, December 04, 2008
Lisboa
Conhecem a expressão "dar o golpe"? Foi um amigo que me ensinou. Consiste em ultrapassar o maior número de carros possível, por uma fila que não é a nossa, e aproveitar um buraco com metade do tamanho do nosso carro para passarmos para aquela que de facto queremos.
Com o tempo, aprendi a dar o golpe. E como tantas outras coisas na vida, há truque.
Pelo condutor não é possível identificar um alvo ideal. O leitor mais maçarico pensará imediatamente que "velhos" e "gajas" serão alvos preferenciais. Incorrecto. Em primeiro lugar, os velhos. Quando se dá o golpe todos os dias da semana, nos últimos 20 anos, é natural que se ganhe um certo calo. E tal como se aprende a dar o golpe, aprende-se a evitar levar o golpe. Um velho arrisca sem medo a mossa no pára-choques, e mantém-se coladinho ao carro da frente. É arrojado embora claramente não tenha reflexos para grandes travagens e apita quando alguém dá o golpe a um carro à sua frente. Mas tem o seu orgulho. E o facto de não ir ter sexo em casa não o demove. Em segundo lugar, as gajas. Quem pensou nisto é claramente novo e inexperiente. É correcto que tecnicamente possam existir limitações. Mas a mentalidade está lá, como se ouvissem um Mourinho ao longe a dar instruções. Para uma gaja, levar o golpe, exceptuando quando se trata de um gajo bom, num bom carro (que até é o meu caso, mas tenho que generalizar), dá origem a um feudo de morte, em que, se por azar, durante o resto da sua vida, o(a) autor(a) do golpe alguma vez precisar de ajuda, aquele momento infeliz vai ser trazido ao barulho, e quando sabem, estão a morrer engasgados porque, e passo a citar, "deram o golpe à gaja errada". Adiante.
O tipo de CARRO é a principal base para o golpe. Carros de empresa: Esqueçam! Se derem o golpe a um gajo com um carro com autocolantes, existe 40% de hipótese de o gajo vos entrar com o dito pelo habitáculo a dentro. O carro não é dele, é para foder o mais possível de qualquer forma, vai lá agora levar o golpe! Já mê!
Citadinos: Deixem-se disso. São leves e a malta gosta de aproveitar isso para arrancar depressa. Parece que conduzem um ferrari.
Carros de alta cilindrada: Bom alvo. Tipicamente, quem ganha para ter um bruto carro não tem que andar metido em filas. Anda de carro à hora que lhe apetece, no dia que lhe apetece. Se está metido numa fila, é porque não têm outro sítio onde estar. Está descontraído, a vida corre-lhe bem, tem guito, tem AC automático, está-se a cagar para ti e para o golpe que acabaste de lhe dar.
Pesados: Este tipo de veículo arranca devagar, não pode travar bruscamente, precisa de uma boa distância de segurança. Se tiverem dispostos a arriscar ser esmagados, este é o alvo ideal. Usem e abusem.
Táxis: Cuidado ao ver um táxi numa fila. Lá por já ter adquirido a posição, facilmente transita de faixa para tentar dar o golpe novamente mais à frente. São profissionais. Se der tempo, aguentem alguns segundos em posição para ver o que eles vão fazer, e agarrem uma oportunidade de ocupar o lugar deles. Como estão a ocupar um lugar já existente, nem é considerado golpe.
Outros: Não invistam directamente noutro tipo de alvos não contemplados. Se tiverem reflexos e unhas, aproveitem eventuais distracções imprevistas, normalmente é a táctica mais comum dos condutores de Lisboa. Malta na conversa ou ao telemóvel, gajas a maquilharem-se, tipos a lerem o jornal. Mas só se apercebem disto depois do golpe já dado.
Resta referir que não vale a pena pensar muito no golpe. Eu, auto-intitulado "pensador do golpe", recebi a minha formação de um golpista experiente, a trabalhar numa empresa onde existe uma rede organizada de golpistas (combinam golpes em grupo, basta um conseguir dar o golpe, os outros colocam-se à frente), munidos da mais avançada tecnologia (telemóveis muito pequenos e auriculares muito pequenos bluetooth). O leitor não tem, nem terá, este tipo de recurso. Ponto assente. Continuando, é comum assistir ao chamado "golpe duplo", em que alguém assiste a um outro condutor a dar o golpe, e "pensa" (e aqui está o já referido problema) que, como alguém que também entende a natureza do golpe, esse sujeito irá facilitar a entrada a um colega golpista. ERRADO. A primeira coisa que o golpista pensa, após um golpe bem sucedido é "eu já me safei, os outros que se fodam, e que se foda também esta abécula a quem acabei de dar o golpe" ... "hehe". Não se pode negociar com o golpista. Não se pode conversar com o golpista. Não se pode argumentar com o golpista.
Com o tempo, aprendi a dar o golpe. E como tantas outras coisas na vida, há truque.
Pelo condutor não é possível identificar um alvo ideal. O leitor mais maçarico pensará imediatamente que "velhos" e "gajas" serão alvos preferenciais. Incorrecto. Em primeiro lugar, os velhos. Quando se dá o golpe todos os dias da semana, nos últimos 20 anos, é natural que se ganhe um certo calo. E tal como se aprende a dar o golpe, aprende-se a evitar levar o golpe. Um velho arrisca sem medo a mossa no pára-choques, e mantém-se coladinho ao carro da frente. É arrojado embora claramente não tenha reflexos para grandes travagens e apita quando alguém dá o golpe a um carro à sua frente. Mas tem o seu orgulho. E o facto de não ir ter sexo em casa não o demove. Em segundo lugar, as gajas. Quem pensou nisto é claramente novo e inexperiente. É correcto que tecnicamente possam existir limitações. Mas a mentalidade está lá, como se ouvissem um Mourinho ao longe a dar instruções. Para uma gaja, levar o golpe, exceptuando quando se trata de um gajo bom, num bom carro (que até é o meu caso, mas tenho que generalizar), dá origem a um feudo de morte, em que, se por azar, durante o resto da sua vida, o(a) autor(a) do golpe alguma vez precisar de ajuda, aquele momento infeliz vai ser trazido ao barulho, e quando sabem, estão a morrer engasgados porque, e passo a citar, "deram o golpe à gaja errada". Adiante.
O tipo de CARRO é a principal base para o golpe. Carros de empresa: Esqueçam! Se derem o golpe a um gajo com um carro com autocolantes, existe 40% de hipótese de o gajo vos entrar com o dito pelo habitáculo a dentro. O carro não é dele, é para foder o mais possível de qualquer forma, vai lá agora levar o golpe! Já mê!
Citadinos: Deixem-se disso. São leves e a malta gosta de aproveitar isso para arrancar depressa. Parece que conduzem um ferrari.
Carros de alta cilindrada: Bom alvo. Tipicamente, quem ganha para ter um bruto carro não tem que andar metido em filas. Anda de carro à hora que lhe apetece, no dia que lhe apetece. Se está metido numa fila, é porque não têm outro sítio onde estar. Está descontraído, a vida corre-lhe bem, tem guito, tem AC automático, está-se a cagar para ti e para o golpe que acabaste de lhe dar.
Pesados: Este tipo de veículo arranca devagar, não pode travar bruscamente, precisa de uma boa distância de segurança. Se tiverem dispostos a arriscar ser esmagados, este é o alvo ideal. Usem e abusem.
Táxis: Cuidado ao ver um táxi numa fila. Lá por já ter adquirido a posição, facilmente transita de faixa para tentar dar o golpe novamente mais à frente. São profissionais. Se der tempo, aguentem alguns segundos em posição para ver o que eles vão fazer, e agarrem uma oportunidade de ocupar o lugar deles. Como estão a ocupar um lugar já existente, nem é considerado golpe.
Outros: Não invistam directamente noutro tipo de alvos não contemplados. Se tiverem reflexos e unhas, aproveitem eventuais distracções imprevistas, normalmente é a táctica mais comum dos condutores de Lisboa. Malta na conversa ou ao telemóvel, gajas a maquilharem-se, tipos a lerem o jornal. Mas só se apercebem disto depois do golpe já dado.
Resta referir que não vale a pena pensar muito no golpe. Eu, auto-intitulado "pensador do golpe", recebi a minha formação de um golpista experiente, a trabalhar numa empresa onde existe uma rede organizada de golpistas (combinam golpes em grupo, basta um conseguir dar o golpe, os outros colocam-se à frente), munidos da mais avançada tecnologia (telemóveis muito pequenos e auriculares muito pequenos bluetooth). O leitor não tem, nem terá, este tipo de recurso. Ponto assente. Continuando, é comum assistir ao chamado "golpe duplo", em que alguém assiste a um outro condutor a dar o golpe, e "pensa" (e aqui está o já referido problema) que, como alguém que também entende a natureza do golpe, esse sujeito irá facilitar a entrada a um colega golpista. ERRADO. A primeira coisa que o golpista pensa, após um golpe bem sucedido é "eu já me safei, os outros que se fodam, e que se foda também esta abécula a quem acabei de dar o golpe" ... "hehe". Não se pode negociar com o golpista. Não se pode conversar com o golpista. Não se pode argumentar com o golpista.
Lisboa
Conduzir como uma besta em Lisboa (ou como dizem os Lisboetas, "conduzir normalmente") está a ter efeitos menos positivos quando conduzo em terras de gente normal (lá na terrinha, por exemplo). Dou por mim a fazer slaloms à frente de condutores inocentes, completamente desprevenidos, apenas para ganhar 5 metros no semáforo a 40 metros da minha casa. Encosto-me à esquerda para virar à direita, e encosto-me à direita para virar à esquerda, apenas para evitar a fila maior. Atravesso-me de repente (e isto é perigoso fora de Lisboa, uma vez que as pessoas não estão já à espera), arriscando levar por detrás (piada fácil), ou ainda meio de atravessado, apenas porque aquela faixa está a andar mais depressa... etc, etc... Enfim, nem os putos do "tunning" da margem sul fazem as asneiras que eu faço agora. Agora já percebo porque não teve o "the fast and the furious" audiência em Lisboa. Era aborrecido.
Lisboa
Ontem, ao ir para casa, atravessei a ponte Vasco da Gama e a chuva parou imediatamente.
ATÉ O TEMPO É MELHOR NA MARGEM SUL!
ATÉ O TEMPO É MELHOR NA MARGEM SUL!
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