Em Portugal existe a falsa noção de termos uma idade de reforma algo para o puxadote. Traduzida em números, muitos dirão '65'. E vai haver até aí muito boa gente a dar-vos com uns papéis na cara, um tal de documento chamado 'legislação'. E a coisa até parece bastante legítima posta nestes termos. No entanto, e como tanta outra informação que circula por aí na boca do povo, a reforma aos 65 é a chamada 'trampa de boi'.
Primeiro, o período de trabalho. Muita gente considera que começa a trabalhar quando começa a ganhar dinheiro. Balelas. E passo a explicar.
O periodo de trabalho (chamemos-lhe o pós-adolescência e/ou o pré-reforma) divide-se em 3 partes fodidas, todas elas opcionais. Mas a tendência é para que pelo menos uma ou duas destas fases se verifiquem.
Fase 1 - Universidade de jeito. Sublinhe-se o 'de jeito'. Não sublinhei porque achei que dava mais ênfase dizer para sublinharem vocês. E gosto de mandar nos outros. E daquela forma abstracta, em que dá a ideia de que qualquer um irá fazer realmente o trabalho, mas nunca aquele que o disse... Adiante. Universidade de jeito é qualquer uma que tenha cursos em que 80% dos caloiros desistam no 1º ano. De preferência com muita matemática.
A fase 1 é díficil como a merda. Desde exames escritos num português ambíguo, os quais um gajo só consegue passar porque tem o exame do ano passado e era igual, até projectos que parecem fodidos, mas que se fica a pensar 'é para preparação para o mundo do trabalho'. O caralho. No mundo do trabalho não se faz projectos assim tão marados. E quando os há, metem uma equipa inteira naquilo. Mas já estou a divulgar demais. Siga.
Fase 2 - Estágio. Remunerado ou não remunerado, aqui há que suar as estopinhas. É preciso fazer boa figura, e tentar convencer os chulos... perdão, entidade empregadora, que estamos ali para dar o litro. Todo o trabalho de merda vos cai em cima nesta fase da vida. E o trabalho feito pelo resto da empresa é, normalmente, reunir à volta da mesa do café. Principalmente se existirem muitos estagiários.
Fase 3 - Primeiros 6 meses de contrato. Também chamado o periodo de experiência. Nesta última e exigente fase (apesar de nunca ter conhecido ninguém que tenha sido despedido após os 6 meses, acho que é exigente) do periodo de trabalho, há que cumprir objectivos (de uma forma ou de outra). Além disso, é importante manter uma boa relação com quem de direito, uma vez que serão esses os indíviduos a dar-vos a tão apetecida reforma.
Para saberem se terminaram o vosso periodo de trabalho, certifiquem-se que pertencem aos quadros de uma empresa. Nesse caso, parabéns! Já têm direito a não fazer um caralho o resto da vida! E não se deixem intimidar por quem continua a trabalhar após o periodo obrigatório. Façam como os palhaços que são e chamem-lhes 'lambe-botas'. Gozem a vossa reforma, tão merecida que foi. E lembrem-se de agradecer ao nosso governo todas as leis de merda que protegem o vosso coiro preguiçoso, todas as noites ao deitar.
Tuesday, January 22, 2008
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