Já há algum tempo que não dou umas entradas neste blog. Falta de inspiração e/ou assunto. Contudo, hoje resolvi dedicar um pequeno texto aos meus amigos que admiram os U2, seja pela qualidade da banda, seja pela qualidade dos membros, como pessoas. Ainda por cima, o pessoal aqui no trabalho não está a conseguir meter os jogos a "bombar" online por causa dos routers e firewalls que assolam e destroem comunidades cibernáuticas hoje em dia. Mais vale aproveitar.
Escrevo este texto, porque já muitos me disseram que eu tinha uma ideia errada da banda, e porque eu, não sendo admirador, não posso descartar informação como sendo falsa, sobre algo que não conheço.
Então, esclarecer, sem exageros, o que não gosto em U2.
Começando pelo ínicio, eu desconfio da grande maioria das pessoas ligadas ao mundo do espectáculo, que são financeiramente abastadas. Faço-o, porque apenas as vejo quando todos as vêm, seja em concertos, em filmes ou programas de televisão. Aí, são todos uns porreiraços. Estão a vender o seu produto, seja ele qual for, e a encher os bolsos. A parte financeira incomoda-me, porque o dinheiro ganho não é necessariamente proporcional ao talento ou capacidade do sujeito, mas sim do quão as pessoas gostam dele. E gostam pelo que vêem do mesmo em público, porque não fazem ideia de como será em privado, por maior que seja o esforço dos paparazzi.
Concentrando-me em U2, lembro-me de uma vez ter ouvido um dos membros (não sei qual, e não sei se falava em nome de todos) dizer que eles eram a maior banda de sempre. Ora, da minha playlist privada, não consigo apontar qualquer banda que merecesse este título. Para mim, a haver um distinto vencedor, seria Queen, banda que também não oiço com regularidade, mas à qual reconheço qualidade em praticamente todas as músicas que alguma vez produziram. De certeza que os leitores terão a sua própria opinião, alguns considerando mesmo U2 como a melhor. Agora, ninguém me tira da cabeça que alguém que se ache o melhor de SEMPRE, num universo como o da música, sofre de óbvia falta de humildade e respeito para com os colegas. Adiante.
A música dos U2. Boa? Sim, sem dúvida, algumas boas músicas. Mas muito som pelo meio, que sinceramente me parece estar para a restante música, como o big mac está para a comida. Estou a falar apenas dos singles, claro. Não conheço o resto.
Os membros. Sei que o vocalista, aproveitando-se da reputação e fama que a banda lhe confere, tem bastantes iniciativas de teor humanitário. Quer o faça por bondade ou por interesses pessoais (quer se goste ou não, uma celebridade num hospital africano cheio de crianças subnutridas raramente acontece fora das objectivas da imprensa, e o impacto publicitário acaba por ser inevitável), a verdade é que produz resultados, e deve ser respeitado por isso. Idolatrado não. Existem imensas pessoas no mundo que gostariam de poder contribuir para causas nobres. Só que, como ostentam salários mínimos, muitas vezes insuficiente para alimentar uma família, não podem. A avaliação do carácter de uma pessoa, só pode ser julgada por aquilo que dá, quando em relação ao que guarda para si. E no caso de celebridades, o que guardam é bastante.
Concluíndo: Serão os alvos de crítica neste blog, injustiçados? Talvez. Isso importa? No fundo, não. Qualquer pessoa criticada injustamente deve ter condições para ignorar ou debater a fonte da crítica. Nem é o caso aqui, porque este blog não tem peso ou leitores suficientes para ser considerado seja o que for. É um escape, um diário, algo onde coloco praticamente tudo o que me vem à cabeça, e que acho que vou gostar de reler mais tarde. Como a grande maioria de leitura que faço, é técnica, é também uma forma de treinar o português mais clássico.
A minha pseudo-carreira como blogger fez um ano, sem que eu desse por isso. Acho que se justificava uma contagem oficial de palavrões, insultos e outro tipo de absurdidades que debitei para aqui. Mas não tenho paciência. É que foram muitas.
Vou continuando com este passatempo, sempre que tiver cabeça e assunto. Sabem, tenho uma ideia de que todos os bons escritores andam com um bloco de notas atrás, para anotarem as pérolas que melhor se adequam ao seu tipo de escrita, de forma a lembrarem-se delas mais tarde. Eu não sou um bom escritor. Quando estou no blog, não me lembro das pérolas. Quando oiço as pérolas é que me lembro do blog.
Wednesday, August 24, 2005
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