O mê Alentejo

Ser alentejano é algo do género de ser um Deus grego. É ser-se boa gente em terra de filhas da puta. Mas adiante, não vou para aqui insultar logo toda a gente de uma só vez, assim, sem pedir licença. Ao invés, vou só insultar a gaja do porsche que vi hoje a comprar marisco a um cigano na fila do ferry.

Minha senhora, por favor respeite a marca do carro do seu esposo. Parece mal o homem ter investido 20 mil contos (na moeda antiga, como gostam de explicar alguns - porque aparentemente há para aí gente que ainda não sabe que a moeda mudou) para agora a esposa andar a comprar sapateiras ao gajo que claramente, apenas é especialista em câmaras de vídeo çony e relógios roUlex. Ainda por cima pagou com uma nota de 20, quer dizer, eu que sou eu já tenho tido notas de 20 na carteira, e não ando de porsche. Por favor arranje umas notas de 50 pelo menos, nem que seja pelo simples motivo de evitar ser gozada por um estúpido qualquer que tenha um blog.

Lembra-me outro cromo, que não vou dizer quem é, que foi para o trabalho 1 ano de bicicleta para juntar dinheiro para um audi. E agora que o tem, vai almoçar aos shopings porque pode comprar um caprisone e uma carcaça no hipermercado por 50 cent. e depois comprar só o prato de comida por 4 euritos. Isto gente pobre com carros finos é mesmo patético. Avançando.

Ora, hoje fui ao meu Alentejo, lá passear à terrinha para ver como está. Tá na mesma. Mas com putas.

É verdade, depois dos anteriores avanços tecnológicos (ucranianos, brasileiros e africanos - também conhecidos entre si por kosovares, brasucas e pretos), surgem agora as putas de estrada, responsáveis por esse serviço tão importante na sociedade actual, o mcbrochedrive (tinha ficado melhor sem bold? mais subtil talvez? estes dilemas morais dão cabo de um escritor...). Agora, quero ver um cabrão qualquer a rir de uma piada de alentejanos com ovelhas. Com tanta puta à escolha na Nacional 1, qualquer tentativa de humor alentejano, baseado numa insinuação bovina caluniosa, por parte desses... não-alentejanos, hmpf, não será mais que uma demonstração de perfeita, típica e gloriosa incapacidade mental. Viva a civilização. Viva as putas.

É tudo.