Este é um post "privado" destinado e dedicado especialmente a todos os meus amigos, com quem fui passar um fim-de-semana a Ponte da Barca. Como sou o mais eloquente, fui convidado a imortalizar a experiência no meu blog, mesmo sabendo que à partida isto é bem mais para a parvoíce que para relatos fidedignos.
Nota: Vou evitar a linguagem pesada neste post. Pode ser uma história que interesse às pessoas de bom gosto que eventualmente percam tempo a ler este blog. A ambas.
Para quem não sabe, Ponte da Barca é uma aldeia (vila?) situada a 40 km a norte de Braga, no país excelente que é Portugal. E digo excelente, porque tudo o que vi este fim-de-semana foi lindo. Paisagens excelentes que um gajo vê do carro, praticamente durante o caminho todo. Rios límpidos combinados com floresta verdejante (termo muito literário este, não é?), onde era possível inclusivé ir à banhoca, sem nos preocuparmos com a hipótese de sermos atingidos por uma lata de coca-cola atirada por algum transeunte, ou lixarmos um pé num tubo de escape no fundo, que normalmente não conseguimos ver nos rios aqui do centro porque a água é preta. Enfim, perfeitamente deslumbrante o cenário desta nossa aventura.
Tudo começou numa madrugada de Sábado, pelas 5h. Surpreendentemente, ninguém se deixou dormir (a malta quando é para a maluqueira não perdoa), apesar da hora tardia (sim, tardia, porque para mim estar acordado às 5h da manhã é maioritariamente sinal de que me vou deitar tarde e não de que me levantei cedo). Se se tratasse de um jantar às 20h, o primeiro a chegar estaria lá às 20h15 e o último às 21h30, só para dar uma ideia da noção de horário deste grupo, e o quão anormal foi esta pontualidade.
Dividimos o grupo de 8 pessoas em 2 carros, que seguiram por caminhos diferentes até entrarmos na auto-estrada do Norte. A partir daí a viagem foi típica, sempre com as ultrapassagens inúteis uns aos outros, e os períodos a ocupar as 2 faixas quando não vinha ninguém, a berrar de um carro para o outro, como se não se tratassem de jovens adultos com formação superior. Um mimo.
Na 2ª paragem, numa estação de serviço algures lá para cima surge o primeiro precalço: Um dos bólides deixa de pegar. Não me lembro de quantas vezes ouvi a dona dizer "Honda não falha". Bom, falhou. E continuou a falhar. Só pegava de empurrão. Foi o completo delírio para as dezenas de turistas que também lá estavam, verem 3 gajos a empurrar o carro pelo meio do estacionamento, não sei se eram portugueses, mas se eram espanhóis, ainda hoje devem estar a comentar isso. Como se a Honda fosse portuguesa. Adiante.
Já todos ouviram falar da hospitalidade do norte, mas parece que nos wc's públicos, os senhores levam a sua preocupação com o bem-estar alheio um pouco mais além. Dois amigos meus entram no wc, com alguns 30 urinóis, e vai cada um para a sua ponta. Nisto entra um senhor, que prontamente se colocou ao lado do primeiro, para com certeza, se certificar que num momento delicado como é mijar, tudo corria pelo melhor. Atitude fantástica.
Após 3 ou 4 arranques de empurrão, nos mais variados sítios, incluíndo o estacionamento do modelo, eis que chegámos à Ponte da Barca. Desde logo o rio impressionou, muito bonito mesmo, com um parque ao lado, ideal para a malta almoçar, visto que a entrada na casa alugada só podia acontecer a partir das 15h. Acho que o comentário que saiu da boca de um dos mais picuinhas foi: "15h? Então porque é que me fizeram levantar às 5h?" - O que eu tenho que aturar....
Após a paparoca e as fotos iniciais, seguiu-se um joguinho de futebol. 3 para 3, balizas pequenas. Houve um amigo meu que não quis, porque é o anti-social do grupo, e uma rapariga já de idade avançada (alguns 27 anos) que tem coisas melhores para fazer que andar a fazer figura de parva atrás de uma bola. Agora que penso nisso, não sei se foi uma ou duas gajas que se cortaram :)
No final do jogo, ambas as equipas acharam que venceram, a minha porque ganhou mesmo, a outra porque não sabe contar. Adiante.
Chegada a hora do encontro com a senhoria, dirigimo-nos às casas (2 casas germinadas, numa encosta, à beira-rio) para deixar a bagagem, e partir à procura duma praia fluvial, já que estava um calor do caraças. Encontrámos um pântano, com um banco de areia de 15 metros quadrados, e mesmo para isso já foi preciso andar um bocado às voltas (já que ninguém me dá ouvidos). A água do rio era gelada. Quando saí, passei 5 minutos à procura dos genitais. No entanto, outra amiga nossa é metade peixe e consegue ficar de molho em qualquer água, durante pelo menos meia hora. Mas foi um rapaz, o último a desistir, naquela que ficou conhecida como "a história do rapaz que foi atacado pelo peixe-calhau".
Após o entusiasmo inicial, aproveitámos o dia para tomar uns banhos de sol. A maioria deitados nas suas toalhas de praia, um de nós na sua toalha de bidé, a única que tinha disponível. No entanto, o homem que tem mais peso no grupo banhava-se alegremente, apesar de ter arriscado uma vida de masturbação ao microscópio. Após alguns minutos, oiço um comentário de dentro de água: "Epá, os peixes estão aqui a saltar mesmo ao pé." - Eu estava deitado, meio a dormir, mas achei piada ao rapazinho feliz por estar a brincar com os peixes. No entanto algo macabro aconteceu. Um sorrizinho cínico surgia no rosto do gajo da toalha de bidé. Admirado, olhei para ele, com ar curioso. Ele diz-me: "Sou eu que estou a atirar pedras". O acto em si tinha alguma piada, mas quando me lembro das palavras "eles estão a saltar aqui mesmo ao pé de mim!"... bom, ainda bem que estava sem pila, senão tinha-me mijado. E depois, caros leitores, o potencial da situação! Enorme! Não podiamos deixar que o homem-dos-peixes desconfiasse. Então riamos para dentro, correndo o risco de rebentar um pulmão de tão hilariante que era a situação (talvez não assim, lida, mas para quem lá estava era). Lá continuava ele a brincar com os peixes saltitões, e o outro a atirar pedras. Foi até uma lhe acertar, e pensei que, sem sombra de dúvida, a piada tinha terminado. Mas o comentário de dentro de água não foi o esperado: "EPÁ AGORA UM SALTOU-ME MESMO PARA A MÃO!! O FILHA DA PUTA!!!!" - Foi o descalabro. Já chorávamos. As bochechas doridas do ar que eram forçadas a contêr. Eu só tentava esconder a cara, e até acho que não foi por mim que finalmente o gajo se apercebeu, mas sim por causa do rapaz-da-toalha-de-bidé, que não tinha com o que tapar nada. Que grande momento :)
Estava marcada borga para esse Sábado, mas o dia já ia longo e a malta optou por uma churrascada no quintal. E em boa hora o fez. Boa e muita carninha, sangria à descrição, cerveja, moscatel, e karaoke no portátil. Nunca se cantou tanto e tão mal. A desgraça era muita. Não só por causa do alcool, mas porque às 22h já um gajo estava de pé à 17 horas. Mas ninguém desistiu antes da 1h. Até lá, tudo dava para rir um pouco, é impressionante como quando não se diz ou faz nada de jeito, ninguém se aborrece. No entanto foi também nesta noite que surgiu a primeira desilusão.
Com o grau elevado de alcoolémia que apresentavam, especulava-se que as duas mulheres da expedição tivessem abertas a novas experiências. Daí que, durante certas músicas com coreografias mais arrojadas (nenhum de nós a cantar, obviamente), tenham surgido na multidão comentários do género: "Beija" ou "Só um xoxinho". Sem efeito. Impressionante. Tão perto e contudo tão longe. Até tenho medo de pensar se alguns dos homens lá teriam tido o mesmo discernimento. Adiante.
O sono foi pesado. Até à hora de levantar para tomar o pequeno-almoço (marcado para as 9h30). Uma voltinha pela aldeia (vila?) até ao almoço e passou-se a manhã. O "chefe" pensou que podiamos comer massa instantânea ao almoço, e a malta comeu. Não foi fácil, mas aquilo lá escorregou. À tarde, uns ficaram a dormir, outros foram até Arcos de Vale de Vez, e não é que ainda se estava lá melhor? Toca a arrancar para trás para ir buscar o resto da malta, ainda por cima arranjou-se lá um spot com uma corda atada a uma árvore, à beira-rio, mesmo a jeito para dar uns mergulhos valentes. Aquilo é que era vida. A multidão à beira-rio gritava por nós, empolgada: "Vai filho!!!!" - Dizia uma senhora mais extrovertida. E eu fui. Mal de mim desiludir uma senhora da idade da minha mãe. A pândega durou até o rapaz-do-peixe-calhau rachar um bocado do ramo. Mais ninguém arriscou ir depois disso.
O jantar foi novamente churrascada, peixe e carne grelhados no carvão, mas desta vez com aguinha à mistura. Poupou-se o dinheiro de um jantar fora de casa, só para o gastarmos no almoço do dia seguinte.
Vou terminar por aqui, e reservo o resto da viagem para o post seguinte, porque já estou um bocado farto de escrever, e as palavras caras já não surgem na minha mente como o habitual.
-- FIM DA PRIMEIRA PARTE --
Friday, May 05, 2006
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5 comments:
Arcos de Vale de Vez? isto escreve-se assim?
e o transeunte e verdejante? q fizeram ao meu gajo? um intelectualoide escondido nos arbustos ein...
mas tá giro sim sr (fartei-me de rir com o peixe-calhau e o seu fiel amiguinho sr. mais pesado do grupo igigigiggi)
Li "verdejante" na "bola", quando descreveram o relvado do Estádio da Luz.
Pelo que a menina diz e eu confirmei, escreve-se Arcos de Valedevez, mas com certeza que a culpa da tecla de espaços do senhor que fez as tabuletas estar estragada não é minha.
ahaha Está-se sempre a aprender. Nem sabia que geminar era uma palavra. Em todo o caso as 2 casas "germinaram" coladas uma à outra :P
(não me devo safar com esta)
tá mal
não valedevez babe valdevez!!!!!
não acertas uma! lolol
Já não gosto da porra da terra.
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