Tuesday, November 16, 2010
Cimeira NATO
Está ou não incluído na lista de despesas, o contigente de putas para o Berlusconi? É que eu apetece-me que os meus impostos sejam para isso.
Monday, November 15, 2010
Em caso de emergência
Ora bem, acabámos de receber aqui na empresa um folheto indicativo sobre como proceder em caso de emergências variadas. O mínimo que eu posso fazer é tentar não desperdiçar tamanha atenção, e gozar com a bela merda que lá vem escrita.
Em caso de incêndio:
"Mantém a calma, não entres em pânico". Antes de mais, mas eu conheço-a*? Trata-me por tu? Enquanto me dá ordens estúpidas, ao menos mostre respeito. Em segundo lugar, não se preocupe. Eu só trabalho aqui, o que quer que esteja a arder não é meu de certeza. Irei calmamente para casa, e submeterei as 40 horas teóricas de trabalho semanais por mail.
*Este boletim ou foi escrito ou entregue por uma gaja, 99% de certeza.
"Dá o alarme gritando fogo e acciona o botão de alarme mais próximo". Com certeza. Até sou gajo para accionar 3 botões. O "1", o "1" e o "2", do meu telemóvel, depois de me meter ao fresco. Posso aproveitar e gritar fogo quando me atenderem, assim toda a gente fica informada ao mesmo tempo.
"Ataca o incêndio com os meios...". Deixe-me interrompê-la já aí.
"Pede auxílio às pessoas que possam estar nas imediações". As pessoas nas minhas imediações não me ajudam quando eu preciso de trocados para a máquina dos doces.
"Fecha as janelas e as portas sem as trancar". Sim, estamos a deixar sair o quentinho.
"Dirige-te calmamente para a saída seguindo a sinalização de emergência". Se a sinalização for tão boa quanto este manual, reservo-me o direito de seguir numa outra direcção, que seja mais do meu agrado.
"Não voltes atrás sob pretexto algum". Esta eu acho que tem particular piada, porque estou a ver um gajo a ir a correr para a saída, com a adrenalina de ter os pintelhos do cú em brasa a passar-lhe pelo cérebro, mas ainda ter o discernimento para se lembrar daquele mail importante que não mandou.
"Desce pelas escadas, não utilizes os elevadores". A música de elevador não combina com uma situação de stress, é uma questão de bom gosto.
"Segue as instruções dos responsáveis pela evacuação do edifício". Esses são quem? Os que já estão lá fora a gritar "saiam, saiam"?
"Dirige-te para o ponto de reunião e aguarda instruções". Sou só eu ou esta última inviabiliza completamente este manual?
Em caso de tremor de terra:
"Evita o pânico, mantém a calma". Denoto aqui um padrão. Já estando a arder e a levar com merdas em cima, o que me falta para poder entrar em pânico? Menina, as pessoas entram em pânico quando o computador está lento, quando não conseguem mandar um mail, quando lhes perguntam o que estão a fazer naquele preciso momento, quando são apanhadas a escrever em blogs. Ter os genitais em chamas ou levar com um candeeiro nos cornos parece-me bem mais grave. Porque não adoptar a filosofia de Darwin: "Entre em pânico e tente fugir o mais rapidamente possível, a selecção natural cuidará do resto"? Ao menos seria feito.
"Tem cuidado com a queda de objectos". O meu instinto animal adivinhava esta.
"Mantêm-te afastado de janelas, espelhos, candeeiros e móveis". Se não fossem conas e tivessem metido esta antes da do pânico, talvez a cena do candeeiro pudesse ter sido evitada.
"Não vás para o exterior do edifício. As saídas poderão estar obstruídas. Nunca uses os elevadores". Portanto, obrigam-me a ficar dentro de um edifício a cair aos bocados, mas não posso brincar ao sobe-e-desce, é isso? Aqueles tipos no chile tinham este manual? É que eles ficaram-se, mas pelo aspecto das coisas, terem sobrevivido foi a chamada vaca do caralho.
"Protege-te no vão de uma porta interior ou debaixo de uma mesa". É frequente edifícios que colapsam em virtude de um terramoto manterem os vãos das portas interiores intactos. Googlem.
"Não acendas fósforos nem isqueiros, pois pode haver fuga de gás". Pelo contrário menina, se pegar fogo a qualquer merda já posso usar as escadas e sair. Aposto que não pensaram nesta contradição quando fizeram o manual.
"Domina o pânico; mantém a serenidade e acalma as outras pessoas". Assumindo que todos receberam o manual, tenho portanto a opção de ser o gajo que acalma, ou o gajo que precisa de ser acalmado?
"Não te precipites para as escadas; está preparado para possíveis réplicas". Qual escuteiro.
"Protege a cabeça e a cara com um casaco, uma manta, um capacete ou um objecto resistente; poderão existir superfícies contundentes que te irão causar ferimentos". Tenho sempre um capacete à mão para estes casos.
"Verifica se há feridos e presta-lhes os 1ºs socorros". Não se aplica a mim. Não tenho família nem amigos no trabalho.
"Aguarda a chegada das equipas de socorro". De preferência já em casa, enquanto bebo um chocolate quente.
É isto caro leitor. Algumas medidas simples que podem ou não dar resultado. Acho piada ter recebido isto nas vésperas da cimeira da NATO, principalmente quando fogo e tectos a cair são duas características habituais quando há atentados. Curiosamente no manual não fala disso.
Em caso de incêndio:
"Mantém a calma, não entres em pânico". Antes de mais, mas eu conheço-a*? Trata-me por tu? Enquanto me dá ordens estúpidas, ao menos mostre respeito. Em segundo lugar, não se preocupe. Eu só trabalho aqui, o que quer que esteja a arder não é meu de certeza. Irei calmamente para casa, e submeterei as 40 horas teóricas de trabalho semanais por mail.
*Este boletim ou foi escrito ou entregue por uma gaja, 99% de certeza.
"Dá o alarme gritando fogo e acciona o botão de alarme mais próximo". Com certeza. Até sou gajo para accionar 3 botões. O "1", o "1" e o "2", do meu telemóvel, depois de me meter ao fresco. Posso aproveitar e gritar fogo quando me atenderem, assim toda a gente fica informada ao mesmo tempo.
"Ataca o incêndio com os meios...". Deixe-me interrompê-la já aí.
"Pede auxílio às pessoas que possam estar nas imediações". As pessoas nas minhas imediações não me ajudam quando eu preciso de trocados para a máquina dos doces.
"Fecha as janelas e as portas sem as trancar". Sim, estamos a deixar sair o quentinho.
"Dirige-te calmamente para a saída seguindo a sinalização de emergência". Se a sinalização for tão boa quanto este manual, reservo-me o direito de seguir numa outra direcção, que seja mais do meu agrado.
"Não voltes atrás sob pretexto algum". Esta eu acho que tem particular piada, porque estou a ver um gajo a ir a correr para a saída, com a adrenalina de ter os pintelhos do cú em brasa a passar-lhe pelo cérebro, mas ainda ter o discernimento para se lembrar daquele mail importante que não mandou.
"Desce pelas escadas, não utilizes os elevadores". A música de elevador não combina com uma situação de stress, é uma questão de bom gosto.
"Segue as instruções dos responsáveis pela evacuação do edifício". Esses são quem? Os que já estão lá fora a gritar "saiam, saiam"?
"Dirige-te para o ponto de reunião e aguarda instruções". Sou só eu ou esta última inviabiliza completamente este manual?
Em caso de tremor de terra:
"Evita o pânico, mantém a calma". Denoto aqui um padrão. Já estando a arder e a levar com merdas em cima, o que me falta para poder entrar em pânico? Menina, as pessoas entram em pânico quando o computador está lento, quando não conseguem mandar um mail, quando lhes perguntam o que estão a fazer naquele preciso momento, quando são apanhadas a escrever em blogs. Ter os genitais em chamas ou levar com um candeeiro nos cornos parece-me bem mais grave. Porque não adoptar a filosofia de Darwin: "Entre em pânico e tente fugir o mais rapidamente possível, a selecção natural cuidará do resto"? Ao menos seria feito.
"Tem cuidado com a queda de objectos". O meu instinto animal adivinhava esta.
"Mantêm-te afastado de janelas, espelhos, candeeiros e móveis". Se não fossem conas e tivessem metido esta antes da do pânico, talvez a cena do candeeiro pudesse ter sido evitada.
"Não vás para o exterior do edifício. As saídas poderão estar obstruídas. Nunca uses os elevadores". Portanto, obrigam-me a ficar dentro de um edifício a cair aos bocados, mas não posso brincar ao sobe-e-desce, é isso? Aqueles tipos no chile tinham este manual? É que eles ficaram-se, mas pelo aspecto das coisas, terem sobrevivido foi a chamada vaca do caralho.
"Protege-te no vão de uma porta interior ou debaixo de uma mesa". É frequente edifícios que colapsam em virtude de um terramoto manterem os vãos das portas interiores intactos. Googlem.
"Não acendas fósforos nem isqueiros, pois pode haver fuga de gás". Pelo contrário menina, se pegar fogo a qualquer merda já posso usar as escadas e sair. Aposto que não pensaram nesta contradição quando fizeram o manual.
"Domina o pânico; mantém a serenidade e acalma as outras pessoas". Assumindo que todos receberam o manual, tenho portanto a opção de ser o gajo que acalma, ou o gajo que precisa de ser acalmado?
"Não te precipites para as escadas; está preparado para possíveis réplicas". Qual escuteiro.
"Protege a cabeça e a cara com um casaco, uma manta, um capacete ou um objecto resistente; poderão existir superfícies contundentes que te irão causar ferimentos". Tenho sempre um capacete à mão para estes casos.
"Verifica se há feridos e presta-lhes os 1ºs socorros". Não se aplica a mim. Não tenho família nem amigos no trabalho.
"Aguarda a chegada das equipas de socorro". De preferência já em casa, enquanto bebo um chocolate quente.
É isto caro leitor. Algumas medidas simples que podem ou não dar resultado. Acho piada ter recebido isto nas vésperas da cimeira da NATO, principalmente quando fogo e tectos a cair são duas características habituais quando há atentados. Curiosamente no manual não fala disso.
Tuesday, November 09, 2010
Contrato de trabalho
Acontecimentos que me rodeiam levaram a este post. É sabido que hoje em dia, apenas uma pequena parte daquilo que nos entra na conta todos os meses é o ordenado. Chega a ponto que a maioria do dinheiro que recebemos são subsídios ou as chamadas ajudas. Temos os subsídios de insenção de horário (vulgarmente utilizados para nos fazer trabalhar até depois das 20h-21h, apesar de nos ser exigido chegar às 9h na mesma), os subsídios de representação (estes já são só para chefes, os outros têm que andar vestidos formalmente de borla), os subsídios de disponibilidade (qualquer dia, qualquer hora, e naquele momento), etc...
Posto isto, vem a pergunta lógica. Não deveria existir um subsídio de Aturar-Merdas? Ex: Alguém acima pede ao leitor um favor que não é do seu âmbito. O leitor, na sua ingenuidade, acede. Por alguma razão não prevista, acaba por não conseguir dar seguimento. A pessoa que lhe pediu o favor repreende-o por não ser responsável. A isto chama-se aturar merda. Este e outro tipo de situação acontecem numa base diária no nosso país. E ninguém recebe para isso.
Dia 24 é greve, eu vou ser o gajo com o cartaz "Quero um subsídio de Aturar-Merdas. 25% do base".
Posto isto, vem a pergunta lógica. Não deveria existir um subsídio de Aturar-Merdas? Ex: Alguém acima pede ao leitor um favor que não é do seu âmbito. O leitor, na sua ingenuidade, acede. Por alguma razão não prevista, acaba por não conseguir dar seguimento. A pessoa que lhe pediu o favor repreende-o por não ser responsável. A isto chama-se aturar merda. Este e outro tipo de situação acontecem numa base diária no nosso país. E ninguém recebe para isso.
Dia 24 é greve, eu vou ser o gajo com o cartaz "Quero um subsídio de Aturar-Merdas. 25% do base".
Monday, November 08, 2010
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