Para não parecer apenas mais um labrego a falar de bola, após a eliminação de Portugal do Mundial 2010 ainda na fase de grupos, vou fazer já os meus comentários às exibições realizadas, mesmo antes de acontecerem. É assim tão fácil.
Em primeiro lugar, afirmo solenemente que nem sei quem são as equipas com quem Portugal vai jogar. Sei que são duas mais fraquitas e o Brasil. Nem interessa.
Em segundo lugar, já sei aquilo que vou escrever há muito tempo. Não é só porque o Mourinho (Deus na terra) disse. Mas se ele disse é ainda mais absoluto.
Portugal não jogou um caralho. No seguimento daquilo que têm sido as exibições portuguesas desde que o Scolari saiu, Portugal apresentou-se no campeonato do mundo com uma equipa que nem na Liga Sagres se ia afirmar. Provavelmente, acabaria até atrás do Sporting. Assim, não foi novidade para ninguém (a não ser para o Mister) quando sofremos a primeira derrota aos pés da primeira equipa que não o Brasil, no 1º jogo do torneio. Era o jogo que o Mister dizia ser "vital para as aspirações portuguesas", mas que a partir do momento em que ardeu, deixou de contar, e os que aí vinham é que eram realmente importantes.
Com eles entalados num torno do tamanho de 10 milhões de tugas empilhados, Portugal apresentou-se no 2º jogo com uma atitude completamente diferente. Correu mais, tentou mais, e conseguiu sacar um empate à outra equipa que não o Brasil. Era a desgraça total, mas o Mister, mais uma vez desvalorizava, afirmando ser ainda possível ganhar o último jogo, contra uma das favoritas à vitória final. Sendo que ainda não tinha acertado qualquer palavra desde que chegou ao comando técnico da selecção, havia muita gente desconfiada. Mas claro, a esperança é sempre a última a morrer.
Chegando ao dia do tudo ou nada, as multidões reuniam em frente aos ecrãs gigantes espalhados por todo o lado. Bastava uma vitória contra o Brasil para podermos rezar que a 1ª equipa que jogou contra Portugal não ganhasse à 2ª, e assim conseguir a tão desejada classificação para podermos perder nos quartos de final. Obviamente... perdemos. Mais, levámos um baile. Se mais de 3 é goleada, então fomos goleados. Como tantas outras vezes que Portugal ameaçou ter uma equipa completamente incapaz, conseguimos confirmar o óbvio. Cristiano Ronaldo, Coentrão e Eduardo, os únicos jogadores de todo o plantel que podiamos manter no onze titular caso quiséssemos realmente ganhar alguma coisa, estão desolados. Coentrão nem tanto, este ano já ganhou qualquer coisa. Bruno Alves reage com fúria, ignorando o facto de não servir para jogar futebol. Os restantes jogadores caem no relvado exaustos, pagando claramente a dívida por quase não terem tocado numa bola esta época.
A chegada ao aeroporto é dura, mais uma vez são recebidos com carinho por um público que considera que os moços fizeram tudo o que podiam, e que 1 ponto é bem bom quando não se tem estratégia, meios e objectivos. Mais tarde nesse dia lembram-se que são todos milionários, e que não é assim tão mau ver o resto do Mundial a partir de casa, na tv de 60'' ao lado da piscina, enquanto o resto do país se senta ao lado dos milhares de emigrantes brasileiros, a fingir que ainda há alguma coisa para apoiar.
Tuesday, May 25, 2010
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