Tuesday, August 30, 2005

Colocação de professores

Sairam hoje as colocações de professores não pertencentes aos quadros da função pública para mais um ano lectivo. 1 em cada 5 candidatos conseguiu colocação. Dos que conseguiram, alguns vão ter que se deslocar 200 km para dar aulas. Chamem-me ignorante, mas isto para mim não faz ponta de sentido.

O critério será a qualificação? Não. Têm professores de português a dar informática, foda-se! Gestores turísticos a dar técnicas de apoio à decisão no ensino superior!

E depois... bom, os professores que pertencem aos quadros... enfim, há com cada um que realmente não se percebe sequer como tirou um curso, quanto mais como terá chegado a professor.

Aqui na escola temos um, carinhosamente apelidado de "Fifi", visto ser o cãozinho de estimação da responsável pelo departamento de informática, sendo essa, sem dúvida, a razão pela qual, um aborto de competência daqueles alguma vez ter conseguido emprego, fosse no que fosse, que nem o caralho duma apresentação em powerpoint consegue fazer. Mas... é burro? Não. Limpa 600 contos por mês quando não merece um salário mínimo.

Aqui há uns anos, quando ainda não sabia quem ele era, comecei a ir ás aulas dele. O comportamento do senhor era, no mínimo, caricato, quando se lhe era colocada alguma dúvida. Dava lá a sua solução idiota, errada, e após verificar que não percebia mesmo nada do que estava ali a fazer, saia da sala por uns minutos. Voltava, depois, cheio de vontade de ensinar, e com um recém adquirido conhecimento esporádico sobre como resolver o problema em questão, vindo "sabe-se lá de onde". Esta merda dá para acreditar? Um professor (que hoje em dia é coordenador) sai da sala para ir perguntar à dona o que fazer. Enfim, avancemos na conversa, que já estou um bocado mal disposto.

Sempre ouvi dizer "Quem não sabe fazer, ensina". Apesar de haver, concerteza, excepções, essa parece ser a máxima do ensino em Portugal.

Duvido seriamente que exista uma optimização em termos de distância, quando se decide uma colocação. Colocar pessoas a 200 km de casa? Não havia ninguém a 100 km? É que, se colocassem toda a gente, seria natural haver alguns que teriam que se deslocar. Mas já que vão colocar 1 em cada 5, se calhar perdiam um pouco mais de tempo na selecção, digo eu.

Portugal no seu melhor.

Monday, August 29, 2005

Blogspot

Tinha eu terminado um belo dum post sobre o custo do petróleo, elaborado mas conciso, e quando vou para publicar, esta merda dá erro de login, e um "opçãozita de voltar atrás o caralho!", fodendo-me mais um momento de escrita brilhante. Se esta merda não fosse de borla...

De forma muito resumida, concluí que estamos todos fodidos, porque cada vez que um árabe solta um cagalhão menos perfeito, o preço do crude sobe. Nem pensar em repetir toda a porcaria que escrevi. A maioria já nem me lembro.

Friday, August 26, 2005

Pedido de desculpas, formal e açucarado

O óbvio aconteceu. Um post decente no meio da merda a que normalmente estão habituados, e a pretalhada queixou-se. Surgiram vários boatos, em apenas dois dias: "O verdadeiro autor foi raptado por extraterrestres, e colocaram um clone educado à frente do blog", "Apaneleirou" é dos comentários mais comuns, "A subida do preço do petróleo deu-lhe cabo dos cornos" (algo que até pode ser verdade e sem dúvida vai ser comentado aqui), "Arma-se muito, mas não passa dum bonacheirão lamechas" ou "deve estar doente". É este o nível de ignorância dos meus leitores. Assim, sinto-me compelido a explicar, em termos leigos (português da 3ª classe com muita caralhada à mistura), a minha epifania.

Homem que é homem, sabe admitir quando está, ou pode estar, errado. A alternativa é fazer figura de parvo, algo que muitas vezes passa despercebido, mas apenas ao próprio.

Mais. Acredito num equilíbrio literário. No meio de toda a merda, tem que existir qualidade. Numa relação 1/10, evidentemente.

Posto isto, considerei importante dar a entender um pouco mais educadamente, a minha posição em relação a determinados assuntos, para que também, as pessoas mais cultas que por alguma razão lêm isto, não saiam daqui a pensar que sou desiquilibrado mental. Dá para perceber por todos os meus posts, que me preocupo muito com a imagem.

Outro ponto, que me parece ser relevante. Apesar de no último post não ter praguejado nem UMA (!) vez, quero deixar bem claro: qualidade não significa ausência de caralhada. A caralhada é, como todas as outras palavras, uma representante verbal para uma acção, objecto ou pessoa, e que muitas vezes consegue dar uma exactidão descritiva que uma palavra normal nunca conseguiria. Sou defensor do bom palavrão português, e considero hipócrita quem se recusa a utilizá-lo em público. É claro que há situações onde um homem se deve conter. Filha minha não há-de ouvir a primeira caralhada antes dos 30. Obviamente, nunca lerá este blog.

Wednesday, August 24, 2005

Críticas e Palavrões

Já há algum tempo que não dou umas entradas neste blog. Falta de inspiração e/ou assunto. Contudo, hoje resolvi dedicar um pequeno texto aos meus amigos que admiram os U2, seja pela qualidade da banda, seja pela qualidade dos membros, como pessoas. Ainda por cima, o pessoal aqui no trabalho não está a conseguir meter os jogos a "bombar" online por causa dos routers e firewalls que assolam e destroem comunidades cibernáuticas hoje em dia. Mais vale aproveitar.

Escrevo este texto, porque já muitos me disseram que eu tinha uma ideia errada da banda, e porque eu, não sendo admirador, não posso descartar informação como sendo falsa, sobre algo que não conheço.

Então, esclarecer, sem exageros, o que não gosto em U2.

Começando pelo ínicio, eu desconfio da grande maioria das pessoas ligadas ao mundo do espectáculo, que são financeiramente abastadas. Faço-o, porque apenas as vejo quando todos as vêm, seja em concertos, em filmes ou programas de televisão. Aí, são todos uns porreiraços. Estão a vender o seu produto, seja ele qual for, e a encher os bolsos. A parte financeira incomoda-me, porque o dinheiro ganho não é necessariamente proporcional ao talento ou capacidade do sujeito, mas sim do quão as pessoas gostam dele. E gostam pelo que vêem do mesmo em público, porque não fazem ideia de como será em privado, por maior que seja o esforço dos paparazzi.

Concentrando-me em U2, lembro-me de uma vez ter ouvido um dos membros (não sei qual, e não sei se falava em nome de todos) dizer que eles eram a maior banda de sempre. Ora, da minha playlist privada, não consigo apontar qualquer banda que merecesse este título. Para mim, a haver um distinto vencedor, seria Queen, banda que também não oiço com regularidade, mas à qual reconheço qualidade em praticamente todas as músicas que alguma vez produziram. De certeza que os leitores terão a sua própria opinião, alguns considerando mesmo U2 como a melhor. Agora, ninguém me tira da cabeça que alguém que se ache o melhor de SEMPRE, num universo como o da música, sofre de óbvia falta de humildade e respeito para com os colegas. Adiante.

A música dos U2. Boa? Sim, sem dúvida, algumas boas músicas. Mas muito som pelo meio, que sinceramente me parece estar para a restante música, como o big mac está para a comida. Estou a falar apenas dos singles, claro. Não conheço o resto.

Os membros. Sei que o vocalista, aproveitando-se da reputação e fama que a banda lhe confere, tem bastantes iniciativas de teor humanitário. Quer o faça por bondade ou por interesses pessoais (quer se goste ou não, uma celebridade num hospital africano cheio de crianças subnutridas raramente acontece fora das objectivas da imprensa, e o impacto publicitário acaba por ser inevitável), a verdade é que produz resultados, e deve ser respeitado por isso. Idolatrado não. Existem imensas pessoas no mundo que gostariam de poder contribuir para causas nobres. Só que, como ostentam salários mínimos, muitas vezes insuficiente para alimentar uma família, não podem. A avaliação do carácter de uma pessoa, só pode ser julgada por aquilo que dá, quando em relação ao que guarda para si. E no caso de celebridades, o que guardam é bastante.

Concluíndo: Serão os alvos de crítica neste blog, injustiçados? Talvez. Isso importa? No fundo, não. Qualquer pessoa criticada injustamente deve ter condições para ignorar ou debater a fonte da crítica. Nem é o caso aqui, porque este blog não tem peso ou leitores suficientes para ser considerado seja o que for. É um escape, um diário, algo onde coloco praticamente tudo o que me vem à cabeça, e que acho que vou gostar de reler mais tarde. Como a grande maioria de leitura que faço, é técnica, é também uma forma de treinar o português mais clássico.

A minha pseudo-carreira como blogger fez um ano, sem que eu desse por isso. Acho que se justificava uma contagem oficial de palavrões, insultos e outro tipo de absurdidades que debitei para aqui. Mas não tenho paciência. É que foram muitas.

Vou continuando com este passatempo, sempre que tiver cabeça e assunto. Sabem, tenho uma ideia de que todos os bons escritores andam com um bloco de notas atrás, para anotarem as pérolas que melhor se adequam ao seu tipo de escrita, de forma a lembrarem-se delas mais tarde. Eu não sou um bom escritor. Quando estou no blog, não me lembro das pérolas. Quando oiço as pérolas é que me lembro do blog.